A ITIL e o Ambiente de Aceite ou Homologação

A ITIL (Information Tecnology Infrastructure Library), biblioteca das melhores práticas para a Tecnologia da Informação, cita o termo Ambiente de Aceite, do inglês Acceptance Environment.

Na prática, o Ambiente de Aceite nada mais é do que o popular Ambiente de Homologação.

A ITIL recomenda a existência e uso deste ambiente antes da liberação de qualquer sistema para o ambiente de produção, bem como, antes da liberação de suas manutenções/atualizações, os chamados deploys.

O ambiente de homologação é um ambiente onde o cliente deverá testar as funcionalidades do sistema que serão posteriormente colocadas em produção ou refeitas, caso não ocorra à aprovação por parte deste cliente. Lembrando que este ambiente não é o servidor de testes para os desenvolvedores. O servidor a ser utilizado como ambiente de aceite, deverá possuir configuração similar ao utilizado como ambiente de produção, inclusive, com atualização constante dos registros existentes em produção, para que o cliente possa simular situações muito próximas das que encontrará no seu dia a dia.

As organizações ainda engatinham nas questões de manter servidores específicos para serem utilizados como ambiente de aceite ou homologação. Alguns dos fatores para isso são: A aquisição de mais equipamentos, a manutenção constante deste ambiente, o aumento no número de máquinas a serem inseridas em seu parque tecnológico, o prazo curto para o desenvolvimento do sistema e o conseqüente aumento do corpo funcional.

Apesar disso, por maior que seja o investimento na criação de um ambiente de aceite, um sistema terá um custo de manutenção muito menor se tiver suas falhas detectadas nas fases de desenvolvimento, teste e homologação.

O custo para a correção de erros detectados em produção é infinitamente superior, além da má impressão repassada ao cliente, quando este verifica situações que apontam para a falta de qualidade no produto.

“Uma enquete realizada em 2006 pela Computerworld – publicação especializada no setor de Tecnologia da Informação – apontou que cerca de 2/3 das empresas NÃO testam adequadamente seus softwares e sistemas antes de colocá-los em produção.”

Cabe exclusivamente aos gestores da organização, definir o quanto vale o investimento na adoção das melhores práticas em relação a trabalhar sempre com ambientes de aceite ou homologação e exigir que esta regra seja seguida pelos desenvolvedores.

Este é outro problema. Muitas vezes, a organização investe nos ambientes, mas os desenvolvedores insistem em fazer deploys constantes em produção, sem o aceite e sem o conhecimento do cliente e do setor que dá o suporte técnico ao sistema. Os problemas aparecem quando as atualizações ocasionam falhas por não terem sido devidamente testadas antes da entrada em produção.

Isto gera insatisfação geral, pois:

  • O cliente reclama que não foi avisado sobre nenhuma mudança;
  • O cliente reclama que estão ocorrendo erros que não aconteciam anteriormente;
  • O centro de suporte recebe informações do próprio cliente, informando sobre uma falha nunca antes vista e nem catalogada na base de conhecimento do centro;
  • A correção normalmente se dá voltando atrás, ou seja, fazendo um undeploy ou corrigindo as pressas a atualização, e posteriormente fazendo um novo deploy.

Para o cliente, a imagem que fica é a de falta de qualidade e de descaso.

Os envolvidos com o desenvolvimento de sistemas e os gestores devem ter em mente que o uso e o investimento em ambientes de aceite ou homologação são necessários, pois, qualificam, profissionalizam e diminuem os custos altíssimos de manutenção em produção.

E a sua organização, possui Ambientes de Aceite? Possui Gestão de Liberação de Versões definida? E os desenvolvedores, seguem as regras? Pense nisso.

Abraço a Todos e Sucesso 🙂

Por: Evaldo Tatsch junior – http://www.infoaux.com.br

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1 Comentários

Douglas
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Muito esclarecedor o texto. Na sua opinião, o profissional que desenvolve deve ter acesso de modificação no ambiente de testes?

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