Opinião sobre regulamentação no setor de TI

Hoje estava olhando uns artigos no PTI, e por acaso encontrei esse aqui. Resolvi então escrever esse artigo para demonstrar minha opinião em relação ao assunto.

Em primeiro lugar, eu sou a favor da regulamentação do setor de TI. Mas não quero que pensem que essa é a verdade absoluta, estou apenas expondo meu ponto de vista e é necessário que existam pessoas que não pensem igual a mim.

Vamos analisar o que mudaria com a regulamentação:

  • Para exercer a profissão será necessário diploma de nível superior na área;
  • Haverá um piso salarial;
  • Direito de greves em todo o Brasil;
  • O dinheiro que você paga pro “sindicato” realmente iria para um sindicato da área.

Basicamente são essas as mudanças que ocorreriam caso a área de TI fosse regulamentada. No artigo citado acima, o autor destaca que numa crise de profissionais da área de TI o governo deveria criar medidas que incentivassem a ida de profissionais para esta área ao invés de dificultar a ida deles. Eu concordo em parte, porém, a área de TI não está precisando de profissionais. É isso mesmo, a área de TI está precisando de profissionais qualificados, o que não é a mesma coisa que qualquer profissional.

Pessoas para preencher cargos existem aos montes, mas as empresas não precisam delas, precisam de pessoas que realmente resolvem problemas, que gerem lucro e evitam dores de cabeça. Esse tipo de profissional é que está difícil de ser encontrado, e quando a empresa da área de TI decide apostar em um funcionário sem qualificação, na maioria das vezes isso representa prejuízo. Daí a necessidade de obrigar os profissionais a se formarem.

Uma vez estava discutindo com um professor da faculdade sobre a existência de “sobrinhos” em todas as áreas. Existem sobrinhos na engenharia, medicina, odontologia e por aí vai. Então meu professor me disse o seguinte: Imagina uma construção de um prédio, ele está com o prazo em atraso, o que você como gerente faria? Bastava contratar mais profissionais do ramo de construção civil e pronto, você conseguia completar o projeto a tempo. Mas e se um software está atrasado? Será que contratar mais programadores resolve o problema?

Pode não parecer e infelizmente isso ainda não é reconhecido no Brasil, mas projetos de TI são mais complexos do que projetos de engenharia civil, por isso, na área de TI o que importa não é quantidade, e sim qualidade. O Brasil não está carente de 70 mil profissionais, está carente de 70 mil profissionais qualificados de TI especializados no que fazem.

Fonte: EstiloFacil.com

Anderson Nunes

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Tecnólogo, com experiência em desenvolvimento de sistemas web profissionalmente há mais de dois anos pela empresa WebCorpore. Especialidades: CodeIgniter, Doctrine, Magento e WordPress. Curto vídeos engraçados, MMORPGs e afins. Ah e a propósito, casado, futuro pai e atual servo do Deus vivo.


18 Comentários

William Martins
1

É que tem o outro lado também, porque de um lado existem profissionais graduados e que não têm experiência nenhuma, do outro, técnicos (ou nem isso) que têm experiência na área e que são realmente qualificados.
Não que eu esteja desmerecendo uma graduação ou coisa assim, mas eu acho que na área de TI a experiência acaba contando muito mais do que a graduação em si.
É claro que a regulamentação traria inúmeras vantagens, mas também excluiria vários profissionais do mercado.

Anderson
2

Mas de acordo com a legislação, estariam inclusos na regulamentação também profissionais com 5 anos ou mais de experiência na área, mesmo que não sejam graduados.

luke
4

Fico imaginando o meu caso, apesar de não ter nível superior, tenho 15 anos de experiência em Infraestrutura. Na disputa de uma vaga em uma determinada empresa, no processo eliminatório, disputei com 85 candidatos, sendo que o processo seletivo foi feito em 4 etapas. A maioria esmagadora tinha diploma de curso superior em tecnologia e eu fiquei entre os 5, apesar de não ter ficado com a vaga. E aí, que fazer? Excluir uma boa parcela de profissionais com experiência mas sem diploma? E as certificações?

Guilherme Cecilio
5

Bom, esta é uma discussão de muitas proporções, mas na minha opinião, a regulamentação é valida Sim! Temos que possuir direitos que em todas as profissoes possuem. Mas quanto a exclusão do profissional que possui experiencia, é apenas cursar uma graduação, pois já que o mesmo comprova experiencia uma graduação seria facil para estes profissionais, ou estou enganado? Eles não seriam expulsos do mercado de trabalho, simplesmente quando fosse criado a Regulamentação, teria um prazo de 4 ou 5 anos para entrar em vigor, tempo para correr atrás de uma graduação.

Neymar Jr
6

Eu sou 100% a favor da obrigação de curso superior.
Por existir milhares de “entendidos de TI” que se sujeitam a receber menos de 1000 reais de salario é que a categoria esta “apodrecendo”.
Vejo varios amigos que estudam, sao formados, pos-graduados, tem diversas certificações e nao conseguem um emprego digno, que pague o quanto ele estudou.
Lamentável…

Sérgio Novelli
7

Ótimo artigo!
Também sou a favor da regulamentação e concordo plenamente com o que o Guilherme disse acima. Afinal profissional qualificado, está sempre em busca de novos conhecimentos e se mantém atualizado, não é mesmo?
Só discordo em uma questão em relação a regulamentação: acho errada a idéia de termos que fazer uma prova como da OAB para se regulamentar, idéia que já foi cogitada. Acredito que certificações e uma graduação é mais do que o necessário para definir o nível de cada profissional e validar sua profissão.
De repente, a exigência de certificações já seria uma boa idéia, pois eliminaria o pessoal que faz uma faculdade apenas para ter o diploma de superior e depois sai roubando o lugar dos que levam os estudos a serio, no mercado de trabalho.
Essa é a minha opinião: para ser um profissional de TI regulamentado, a exigência seria ter apenas certificações ou uma graduação mais certificações na área que atual (redes, programação, gerência, etc…).

Fernando Camargo
8

Concordo plenamente com a regulamentação. São por causa desses profissionais de curso técnico (ou nem isso), que aceitam uma mixaria, que a profissão está tão desvalorizada. E como disseram aí em cima, a pessoa terá um bom tempo para se graduar. Só não corre atrás quem não quer.

luiz
9

Entendo que deva haver o certificado, porém faculdade não ensina a prática em si, tendo as empresas que treinarem estes recem formados. Quanto a você que tem experiência deve sim estudar e conseguir seu certificado se não o salário da area TI nunca terá um piso, a area nunca será valorizada como deveria ser. Tem um monte de gente arrrancando dente no fundo de casa, que o faz melhor que muitos odontólogos com 10 anos de estudos.

Marcio
10

Sou a favor da regulamentação, pode ser criado dois tipos, como tem para Contabilidade. Uma para Técnicos em Informática e outras para Graduados.

estevanir
11

Sou a favor da regulamentação sim, devido que todos que atuam na área de TI deveriam ser profissionais formados com nível superior. Essa regulamentação deve ser a garantia dos profissionais de TI, porque hoje muitas pessoas entendem que profissional de TI formata computador, isso é serviço de técnico e não profissional de TI. Profissional de TI são pessoas que desenvolvem aplicativos novos independente da linguagem de programação e não apenas instalam aplicativos desenvolvidos por profissionais de TI.

André Luiz
12

Sou totalmente a favor.
Ralamos muito pra fazer um pais “Informatizado”, e o fato de até hoje não existir um conselho da área de TI, além de não valorizar o profissional, impossibilita a pratica correta do exercício legal dos conhecimentos adquiridos na vida acadêmica, pois sem registro não há noção de quem está fazendo o serviço de TI em nosso país.
Concernente aos que não são Formados na área, nada mais correto da regulamentação deste pessoal por tempo de serviço prestado na área, comprovando por informações na carteira de trabalho ou por declaração de tributos por prestação de serviços na área de Tecnologia da Informação.
André Luiz Martins Gonsalves
Tecnólogo em Analise e Desenvolvimento de Sistemas.

Thiago
13

TAmbém sou a favor da regulamentação e para termos nossos direitos defendidos e muito mais que um profissional da área precisa.

Cristiano
14

Eu sou totalmente a favor da regulamentação, trabalho a 15 anos na área de tecnologia e só agora fiz meu curso superior pois vi a necessidade de aprimorar meus conhecimento. Um profissional não pode passa a vida pesquisando em fóruns, apesar que eu tenha vários curso em nível técnico e profissionalizantes, que digo de passagem são uma m….
O mercado pede conhecimento e se você não tenho vai fica pra traz não tem jeito, o registro não vai muda isso!

Glaydson Alves de Moraes
16

Concordo desde que seja nos mesmos moldes de Conselhos existentes, como CREA, CRM… SIM deve-se ter formação para exercer a profissão por causas óbvias que irei citar
1 – O profissional formado com diploma reconhecido teve de estudar pelo menos 2 anos para concluir sua formação técnica e não 3-6 meses de curso, isto se chama investimento de tempo, dinheiro.
2 – A valorização começa pela dificuldade de se obter algo isso é regra desde que o mundo é mundo.
3 – a formação abre o leque para que vc desenvolva seus objetivos ou descubra o que mais lhe é apto a fazer.
4 – Não faz sentido então se formar e gastar dois anos estudando protocolos, comunicação de dados, padrões de comunicação, fenômenos que podem interferir na sua rede, padronizações ABNT, lógica de programação, linguagens, boas práticas, UML, etc etc, para depois no fim de tudo apenas assinar um termo e fazer um juramento de ética profissional.
5 – A generalização atrapalha o crescimento da profissão fica-se a mercê de entidades como sindicatos e/ou de se fazer greve.
Antes que alguém venha dizer que o mercado vai absorver os melhores profissionais e tals, olha tem gente demais trabalhando com TI sem formação amigos e até o mercado se estabilizar e o profissional formado ter oportunidade ele faz o que? trabalha de telemarketing e esquece o investimento que fez no aprendizado?
Impedir que as empresas contratem até concordo; mas com o mesmo cargo NÃO concordo, (salvo quem já trabalha na área a anos (preferencialmente o mesmo tempo que levaria academicamente para se formar na profissão que ele exerce) comprovados através de carteira de trabalho ou contratos de prestação de serviço além de prestar testes de conhecimento, e também deveriam ter testes para todos os profissionais periódicos d acordo com a função; o Brasil está um caos em termos salariais para profissionais de TI e o que vemos é profissionais que não investiram tanto aceitando salários ruins e os outros tendo que seguir a maré.
Se faz um site com pouco tempo inclusive sem saber programar, ou seja, sem um estudo de modelagem de dados sem uma análise do sistema como um todo… daí só daqui a muito tempo pode ser que dê problema e o profissional que investiu em estudo já perdeu essa oportunidade… pra quase toda profissão é assim

Leonardo Bilharinho Santos
17

Sempre fui a favor! Principalmente desde que comecei a atuar na área de informática no meu ensino médio e posteriormente na graduação. As profissões têm que ter um Conselho (ex.: CREA, CAU, CRA, CRM, CRF, CRP…), pois com o Conselho, além de outras coisas, temos de forma mais clara e presente os deveres e as responsabilidades. Lembre-se: Caso um viaduto despenque o Conselho, CREA, abrirá um processo administrativo, conforme a classificação pertinente à atividade ou irregularidade encontrada, pois como sabemos a função primária dos Conselhos Profissionais é defender a sociedade dos maus profissionais. Temos também o outro lado que é o de promover a valorização profissional. Uma profissão sem Conselho está fadada à ser prostituída. Qual quer um que leia alguma coisa sobre ela e treinar um pouco poderá exercê-la. Isso faz sentido ? É correto? Então vamos ler à respeito de obras e treinar, depois vamos construir moradias, viadutos…seria certo ? Sei que existem alguns bons profissionais sem formação, mas deveriam ter um prazo para se aperfeiçoar e fazer parte de um Conselho. Sempre estudei e estudo até hoje (anos e anos): certificação, graduação, pós-graduação, apresentação de trabalhos, TCC, reciclagens. “Não entendo” o receio e/ou discriminação para não se criar um Conselho para uma profissão de tamanha importância e abrangência.

Enyel Bezerra
18

Sou favor. Lembrando que muitos daqui só entraram em uma graduação para pegar um diploma. Não é querendo desmerecer. Mas tem que ter um padrão. Uma prova como OAB, livre da necessidade de graduação. Com opções de conteúdo necessário para atingir o registro. Para a Generalistas da TI uma. O pessoal da Rede outra. Técnico em informática, Infraestrutura. Cada um com uma prova específica. O pessoal do CRM faz uma prova específica para qual finalidade ele vai executar. Psiquiatria, Neurologia, Ortopedista…
E bem este poderia ser o melhor modelo.
Procurando o órgão e o setor para fazer o exame.

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