E a comunicação dos mestres? – Resposta ao nosso colega Álvaro

Mais do que uma “resposta” (termo usado frequentemente no YouTube para vídeos resposta) é um complemento, concordando, inclusive, com nosso parceiro Álvaro Nascimento Vieira.

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Gostei muito do texto e acho que algo mais pode ser colocado.

Sou acadêmico de Letras, Engenharia (trancado) e estudante do técnico em informática para programação.

Gostaria de acrescentar às classes propostas pelo citado autor a categoria de professores. Sejam eles do curso superior ou de qualquer outro nível ou segmento tecnológico, onde como disse nosso parceiro, é preciso falar.

Há uma dificuldade ímpar dentro da categoria de programadores em satisfazer este pré-requisito quase que indispensável à existência humana, que é a comunicação por via da fala. A “via crucis” que não se limita a convivência e invade a área profissional dos educadores.

De forma alguma procuro comparar meus mestres da área das letras e literatura com os mestres igualmente competentes da tecnologia. Mas fica evidente, porém, que a proximidade e intimidade alcançada junto aos alunos por aqueles que dominam a fala e a comunicação é superior, e em muito.

Lembro-me, só pra citar um fato isolado, de um professor do meu curso de Sistemas (que fiz dois anos apenas), que dizia que “a linguagem de programação é apenas uma forma de escrever textos diferente da reconhecida pela gramática”. O exemplo dado por ele era algo do tipo:

Na língua portuguesa se escreve: Joãozinho estava caminhando e não viu um buraco. Então Joãozinho caiu no buraco e chamou ajuda.

Na programação se escreve algo como:

Joãozinho.move = true;
Joãozinho.setVisualizarBuraco = false;

If Buraco = Joãozinho then;
Joãozinho.getAjuda;

Particularmente achei engraçadinho, porém, entendi que haviam erros e que a comunicação vai muito além de um algoritmo próximo ao que se quer dizer.

Parece, portanto, que esse tipo de abordagem nos cursos de tecnologia forma cidadãos com uma limitação dolorosa quando se fala em diálogos e convivência, e que se reflete nas salas de aula quando estes profissionais precisam lecionar e formar novos profissionais.

Não há como propor uma solução imediata que não parta da consciência dos próprios acadêmicos, mas temos como motivar estes mestres e alunos no sentido de buscar algo mais e de não se limitar ao conteúdo dado em sala.

Há uma tendência de centralização do conhecimento que deve ser quebrada com curiosidade, lógica (parece ironia) e apetite de conhecimentos (assim mesmo, no plural).

Um conselho? Leiam Machado de Assis.

Ezio Junior

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Programador Web/Desktop - ConAction
Técnico em sistemas Digitais

Acadêmico de Letras UNESC/SC
Estudante Técnico em Programação SENAI


2 Comentários

Álvaro Nascimento Vieira
1

Olá, Ezio,
Agradeço pelo endosso. Realmente é crítica a carência de conhecimento na área da comunicação, sendo que os próprios profissionais de comunicação, muitas vezes, não são exceção.
Abraços

Luciana
2

Lamento que a experiência em sala de aula em um curso de TI, tenha deixado tantos pontos negativos em tão pouco tempo.
Estive em uma universidade cursando Sistemas durante 4 anos, e, sinceramente tive o orgulho e privilégio de conhecer Professores maravilhosos, comunicação, didática nota 1000, sendo bem básica no julgamento.
Estive depois novamente em uma universidade cursando MBIS (Pós graduação) em segurança da Informação durante 18 meses (Um ano e meio), e, novamente da mesma forma, tive e tenho orgulho e privilégio de conhecer professores maravilhosos com as mesmas características dos da graduação. Todos eles, profissionais da área de TI e professores universitários.
Hoje minhas profissões na área de TI: Gerente de projetos Storage e Professora Universitária.
Minha inspiração: Meus professores.

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