Inteligência Emocional no Gerenciamento de Projetos

Olá amigos,

Conforme prometido em meu artigo anterior, estou escrevendo sobre algo tão comentado atualmente: Inteligência Emocional.

Afinal de contas o que é isso? Como a Inteligência Emocional pode contribuir no gerenciamento de projetos? É mais um modismo que surge de tempos em tempos?

Vamos lá, pergunta de prova PMI-ACP: O que significa Inteligência Emocional?

  1. É sobre ser inteligente sobre outras emoções
  2. Trata-se de como a emoção e inteligência caminham juntos
  3. É sobre como emocionalmente inteligente uma pessoa é

Resposta: Nenhuma das anteriores! Trata-se de estar ciente de suas emoções em um ambiente de trabalho.

Cada vez mais o líder deve possuir fortes habilidades interpessoais (soft-skills). Mais que posturas controladoras e intimadoras.

Vou dar um exemplo real de um projeto problemático que participei certa vez. Eu era uma espécie de conselheiro de um projeto que estava sendo gerenciado por um colega, quando em uma reunião crítica do projeto o gerente funcional impôs que meu colega utilizasse uma abordagem no projeto que eu acreditava não ser a mais adequada e travou-se o diálogo abaixo:

“Acho que com essa abordagem vocês não entregam o projeto no prazo. As pessoas estão focadas em outras atividades, esse conceito de alternar tarefas é comprovadamente um desperdício” (leia meu artigo sobre Lean p/ entender um pouco melhor este ponto de vista).

“O prazo é inegociável”.

“Então vamos alocar um recurso full-time para o assunto, pois ele conseguirá ter foco nesta etapa final do projeto”.

“Não. É melhor que todos parem meia horinha por dia para dar foco”.

E o diálogo prosseguiu com o duelo foco x falta de foco e Lean x desperdício, até que uma hora este gestor perdeu a paciência comigo e disse:

“Bom, quem não tiver foco vai ter o seu nome divulgado para o nosso CEO. Aí quero ver quem não vai arrumar um tempinho dar foco ao projeto”.

Pensei comigo: “Ele realmente acredita que esse é o modelo que inspira e motiva uma equipe?”

Veja que nesta situação temos uma “liderança” totalmente top-down, totalmente focada em controle e que provocou intimidação e não motivação.

“Mas Vitor, onde entra a inteligência emocional nesta história?”

Entenda primeiro as quatro etapas da inteligência emocional que descreverei abaixo.

A inteligência emocional trabalha com duas ações:

  • Reconhecer
  • Regular

“Mas Vitor, reconhecer e regular o que?”

  • A si próprio
  • O ambiente social

Temos como resultado a combinação demonstrada no quadrante abaixo:

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Vamos detalhar um pouco mais os quatro estágios da inteligência emocional:

Reconhecer a si próprio

Reconhecer a si próprio é reconhecer os próprios sentimentos, identificar o que te agrada, o que não te agrada, o que te faz perder a paciência rapidamente, em quais situações você se destaca, como você lida com o stress e pressão. Resumindo, quais são seus pontos fracos e seus pontos fortes.

Regular a si próprio

Regular a si próprio é gerenciar os próprios sentimentos. Uma vez que você reconhece seus pontos fracos e seus pontos fortes, você deve trabalhá-los para extrair o melhor de si próprio. Trabalhar os pontos fracos como falta de paciência, stress, uma má escuta ativa, entre outros e valorizar os pontos fortes como uma boa escuta ativa, senso de liderança, conhecimento do negócio, entre outros.

Reconhecer o ambiente social

É a prática da empatia. Entender o ambiente que te cerca, entender o que sentem, o que pensam, o que esperam e os pontos fracos e fortes das pessoas que estão a sua volta e da organização como um todo.

Regular o ambiente social

Ter habilidade social. Uma vez seus próprios sentimentos reconhecidos e gerenciados, um profundo entendimento do ambiente que te cerca, é hora de colocar seus pontos fortes em prática visando extrair os pontos fortes das pessoas e da organização que te cercam. É o momento onde um grande líder aparece, motivando, inspirando e guiando todos para um único objetivo.

No caso do gerenciamento de projetos podemos reparar que um bom gerente de projeto ou líder deve trabalhar intensamente a questão da inteligência emocional, visando engajar equipe e stakeholders a atingirem um único objetivo: entrega do produto do projeto com valor e qualidade.

Então finalizo o artigo deixando algumas reflexões para os amigos:

  • Como o líder deve trabalhar esta questão da inteligência emocional?
  • Nossos líderes estão em qual estágio da inteligência emocional?
  • É fácil atingir o estágio pleno da inteligência emocional?
  • Qual a diferença entre o perfil de um líder com inteligência emocional e um líder no perfil do caso real que descrevi neste artigo?
  • Qual é o melhor? Qual é o pior?

Poderia responder cada uma destas perguntas, mas estou longe de ser o dono da verdade, então, convido a todos os amigos a darem suas respostas no site e nas redes sociais do site.

Abraços e até o próximo artigo.

Vitor Massari

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Profissional com mais de 15 anos de experiência em projetos de software. Sócio-proprietário da Hiflex Consultoria, profissional PMP e agilista, acredita no equilíbrio entre as várias metodologias e frameworks voltados para gerenciamento de projetos.
Lema: "Agilista convicto sempre, agilista obcecado jamais"


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