Gerenciamento Ágil versus Gerenciamento Tradicional: quem ganha?

Olá amigos do PTI,

Quando se pensa em gerenciamento de projetos, a sigla que logo surge na cabeça é PMI (Project Management Institute), instituição que se tornou uma referência no assunto através de seu guia de boas práticas chamado PMBOK® Guide.

Ao mesmo tempo, lá pelos anos 1990, surgiram técnicas e metodologias de desenvolvimento chamadas “ágeis”. Tempos depois essa tal “agilidade” foi escalada para o gerenciamento de projetos. Pronto! Estava estabelecida a guerra. Defensores fervorosos do PMBOK® Guide versus defensores fervorosos da tal “agilidade”. Gerentes de projetos “tradicionais” versus gerentes de projetos “ágeis”.

Mas afinal de contas, quem está mais perto de vencer esta “batalha”? Ou mesmo você pode me perguntar: “Vitor, de qual lado da batalha você está?”

Minha sincera opinião? Trata-se de uma “batalha” onde muito se perde e pouco se ganha. Perde-se muito tempo em discussões inúteis e xiitismos desnecessários de ambos os lados.

Penso que cada projeto e cada empresa possui seu cenário e é nosso papel entender quais ferramentas e técnicas conseguiremos utilizar para atingir um melhor resultado.

Devemos entender qual a abordagem será mais vantajosa para o projeto/empresa em questão!

Mas Vitor, como avalio isso? Quando saber que devo usar um método “tradicional” e quando saber que devo usar um método “ágil”?

Traduzido e adaptado de John Decoster: http://johandecoster.wordpress.com

Observe a figura acima e perceba que a aplicação dos métodos ágeis é recomendada para cenários complexos, onde existem incertezas com relação a requisitos, recursos e/ou tecnologia.

A estratégia de entregas iterativas, curtas e incrementais, combinada com ciclo adaptativo que permite mudanças ao plano original e ajuda a mitigar os riscos derivados do cenário complexo.

Traduzido e adaptado de Mike Griffiths: www.LeadingAnswers.com

Para projetos onde os requisitos, recursos e/ou tecnologias são bem conhecidos adota-se uma estratégia tradicional com longas fases de planejamento e execução, chamado também de planejamento “em cascata” ou waterfall.

Imagine um projeto de construção de um alto edifício. O planejamento deve ser longo e muito bem realizado antes da execução do projeto, uma vez que o edifício não pode possuir o mínimo risco de cair. Neste caso, o recomendado é utilizar uma abordagem tradicional.

Outro exemplo de abordagem tradicional em projetos seria um projeto para atender a uma norma governamental. O escopo é bem conhecido e as chances de mudanças são mínimas.

Um exemplo de uma boa aplicação de métodos ágeis poderia ser num projeto para o lançamento de um novo e inovador modelo de aparelho celular. Será que é necessário conhecer todos os requisitos detalhadamente no início do projeto? Será que a visão inicial do produto corresponderá às expectativas do cliente ou de mercado, durante a execução do projeto? Vale a pena lançar uma versão inicial do celular no mercado antes do fim do projeto, porém, com um mínimo de funcionalidades diferenciais, para obter antecipadamente feedback e retorno financeiro?

Traduzido e adaptado de BigVisible: www.bigvisible.com

Resumo da ópera

Ambas as abordagens possuem vantagens, desvantagens e riscos! Entenda quais as características do seu projeto com relação à riscos e incertezas sobre requisitos (principalmente), tecnologia e recursos (humanos ou não) e adote o método que trará mais resultado para o seu projeto! Não se prenda a xiitismos e nem a dissertações excessivamente teóricas e vazias em cima de guias, e sim simplifique seu mindset.

Abraços e até o próximo artigo! 🙂

Vitor Massari

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Profissional com mais de 15 anos de experiência em projetos de software. Sócio-proprietário da Hiflex Consultoria, profissional PMP e agilista, acredita no equilíbrio entre as várias metodologias e frameworks voltados para gerenciamento de projetos.
Lema: "Agilista convicto sempre, agilista obcecado jamais"


1 Comentários

Paulo
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O que tenho visto são empresas e profissionais “batendo” cabeça. A meu ver, não se trata apenas de olhar o que melhor atenda o cenário, mas se a empresa, principalmente, está disposta e compreende claramente os riscos do modelo. Por outro lado, vejo consultorias propondo modelos ágeis em prol de redução de escopo, e custo consequentemente, mas sem realmente medir os riscos desta decisão. Ou seja, antes mesmo de adotar um método aplicável é necessário voltar um passo atrás e avaliar se as competências de ambos os lados permitem a aplicabilidade, e se, de fato, estão preparados para atender as exigências do negócio e o tempo de resposta necessário!
Paulo Cunha
Diretor de Projetos de TI

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