Incompetência ou falha na Aprendizagem?

Uma pesquisa realizada pela IBM com 1,5 mil empresas de 33 setores, sendo 66 delas brasileiras, realizada no primeiro semestre desse ano apontou dados alarmantes.

Entre os presidentes das empresas brasileiras entrevistadas, 71% definem a escassez de talentos como uma grande barreira para o crescimento da economia, um número bem acima dos 58% encontrados na média mundial.

Ainda nesta pesquisa, 50% dos CEOs brasileiros apontaram que a competência das pessoas será o fator externo que mais irá impactar o crescimento da empresa; enquanto a média global ficou em 37%.

O temor é tamanho, que algumas empresas já estão formulando seus planejamentos estratégicos levando em consideração a falta de profissionais capacitados no mercado.

Esta pesquisa vem nos alertar para uma das causas raízes destes resultados: O Ensino superior no Brasil.

Nos últimos anos ocorreu um “big bang” no crescimento das faculdades privadas no Brasil, o que ofereceu oportunidades de desenvolvimento intelectual para diversas pessoas em virtude do baixo custo e da localização acessível das instituições. E não entrando no mérito das faculdades de baixa qualidade, esta proliferação foi de grande valia para a população que sempre padeceu para transpor o funil dos vestibulares, no intuito de alcançar uma vaga no restrito quadro das Universidades Públicas.

Em paralelo, o modelo de educação e as disciplinas oferecidas nos cursos superiores, sejam eles públicos ou privados, formam profissionais com eficiência em conhecimentos executores, técnicos e operacionais, mas falham na hora de aprimorar as competências necessárias ao profissional que o mercado atual exige: Liderança criativa e motivadora, perfil inovador, relacionamento interpessoal, que assuma riscos calculados e que tome decisões rápidas.

Ao contrário dos modelos de cursos MBAs (Master Business Administrations) Norte-americanos e Europeus, os cursos de graduação e pós-graduação brasileiros raramente possuem em sua grade disciplinas que estimulem os alunos a fim de desenvolvê-los como profissionais do novo mundo, daí vem a ineficiência das empresas ao buscar a contratação de pessoas com as habilidades necessárias a um líder, isto porque a quantidade destas é inversamente proporcional aos executores e técnicos que saem das faculdades.

É sabido que uma mudança no quadro atual da Educação no Brasil levará muitos anos para acontecer, e não há tempo para esperar. Esta pesquisa deve servir como um fator motivador às gerações que vivenciam as mudanças do mercado atual na busca incessante, fora das salas de aula, de novas formas de aprendizagem e aprimoramento pessoal na busca pelo perfil “Líder”: qualidades e atributos que são exigidos pelas empresas.

O mercado é cruel e seleciona a todo o momento os mais aptos. Sendo assim, o indivíduo que visa se destacar no mercado de trabalho e não deseja ser apenas mais um na multidão, precisa empregar 110% de sua vontade, dedicação, tenacidade e tempo para se aperfeiçoar e gerar assim grandes oportunidades, não esperando adquirir as altas habilidades exigidas pelo mercado através do ensino técnico e objetivo das faculdades. Desta forma, aqueles que correm atrás, estarão sempre preparados para enfrentar os desafios e obstáculos apresentados pela vida coorporativa.

E você, tem feito sua parte?

Rafael Sá Oliveira

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Gestor de TI, com 12 anos em TI, adequado e certificado nas boas práticas da ITIL® , CobiT®, ISO 20000 e Balanced Scorecard , com conhecimento em Gerenciamento de Projetos, Gerenciamento de TI, Administração Estratégica, Gestão de Pessoas e de equipes de alto desempenho, treinamento e capacitação de equipes.


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