Perfis de Concurseiros

Caros Colegas de TI

Tentando responder ao primeiro questionamento deixado no post anterior “DISCIPLINAS QUE NORMALMENTE CAEM NOS CONCURSOS PÚBLICOS DE TI“, trago neste uma classificação dos perfis de Concurseiros, segundo seu comportamento durante a jornada.

Imagem via Shutterstock

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Primeiramente, algumas considerações sobre a nomenclatura que vou adotar:

  • Tentei separá-los em perfis ortogonais com os quais me deparei desde que conheci o mundo dos Concursos;
  • Não existe o CERTO nem o ERRADO, uma vez que a decisão depende do contexto;
  • A maioria dos Concurseiro acaba adotando cada um desses perfis em algum momento;
  • Escolhi nomes jocosos, mas tentei fugir da conotação pejorativa.

Feitas as considerações, vamos a eles:

Rambo

É aquele que literalmente “atira para todo lado”. Pela manhã, ele está fazendo um concurso para Perito de Polícia Civil, e à tarde vai fazer a prova para Prático (Naval). Normalmente são concurseiro Iniciantes (inexperientes e ansiosos) ou alguém que possui restrições fortes de Tempo e/ou Localidade. Também existe a hipótese de o cara ser “sem noção” mesmo, mas o tratamento dessa hipótese foge ao escopo desse artigo. Quando falo de restrição de tempo, quero dizer que normalmente este cidadão pode estar com a “corda no pescoço” por algum motivo, seja porque está desempregado (ou ganha bem aquém de suas necessidades) e/ou está sofrendo uma forte pressão, da família ou dos superiores (assédio funcional), por exemplo. E quanto àqueles com Restrição de Localidade? São pessoas que não querem deixar um determinado local pelas mais diversas razões: necessidade/saudades da família, qualidade de vida, etc. Como eles não “podem” se deslocar, o que aparece na “Jurisdição Geográfica” é alvo: prefeitura, hospital, banco, etc. Exemplos clássicos desse comportamento são apresentados pelos cariocas e pelos cearenses (experiência própria).

Sniper

É aquele para o qual “só existe um alvo”. Esse perfil tem um foco muito forte no Cargo almejado, e, para tanto, está disposto a esperar o quanto for preciso até atingir a missão. Ele não quer ser um perito, ele quer ser Perito da Polícia Federal. Ele não quer ser Fiscal de Tributos, ele quer ser Auditor da Receita Federal, e assim por diante. Ou seja, o Cargo precede as atividades e, muitas vezes, até a própria remuneração. Tal comportamento caracteriza-se pela máxima concentração de esforços, porém tem a desvantagem da mínima diversificação, ou seja, ele acaba deixando de lado as outras oportunidades, pois não as enxerga como tal. É coisa de paixão, e pode consumir muito tempo. Basta lembrar que o último Concurso de PCF foi realizado cerca de 8 anos após o anterior.

Ranger

É aquele que “elege uma jurisdição Temática”, por exemplo, Ciclo de Gestão, Fiscal, Judiciária, etc. E, uma vez em sua jurisdição, o Range emprega uma perseguição implacável à vaga oferecida. Com essa abordagem, ele consegue um maior aproveitamento das disciplinas estudadas (reuso), pois, na mesma Área, o número de disciplinas requeridas comuns é expressivo. O Range costuma ser o perfil mais recomendado para o Concurseiro-padrão, que apenas quer mudar de vida, já que é um meio termo entre os dois perfis citados anteriormente: balanceia a necessidade de manter o foco (sniper) com a preservação da multiplicidade de oportunidades (Rambo). Inversamente ao Sniper, o Ranger tem como objetivo o exercício da atividade, em detrimento da nomenclatura do cargo. Por fim, uma outra vantagem da abordagem Ranger é um maior equilíbrio entre as seguintes variáveis: recursos (tempo e custo) investidos, remuneração alcançada e o tão almejado retorno à vida normal.

Alpinista

O foco do Alpinista é atingir o “topo da cadeia”, independente da atividade, local ou do esforço requerido. Esse perfil é formado por aquele começa “por baixo” e segue uma “carreira” metódica até chegar ao teto constitucional ou mesmo acima (Ex. Consultor do Legislativo Federal, Juiz, Notário, Prático, etc). Essa trajetória pode incluir mudar radicalmente em relação à área de formação, por exemplo, sair da TI para virar Ministro-Substituto de Tribunal de Contas. No geral, costuma ser uma pessoa determinada, competitiva e financista (ele prefere ser chamado de “controlado”). Mais especificamente, costumar ser o “menino prodígio”, ou “solteirão convicto” ou casado jovem sem filhos, uma vez que ele precisa dispor de tempo para investir na dura escalada. Fazem parte também os pais que só veem os filhos no domingo a tarde. Voltar à vida normal para o Alpinista não é problema, pois a vida normal dele é estudar. E quando ele atinge o topo, acabou? Nada! Aí, começa uma pressão para o cônjuge ou o aspirante à cônjuge se juntar a ele no Olimpo.

Empreendedor

Esse aqui é engraçado. Estuda dois minutos, e passa a hora seguinte pensando em desenvolver uma iniciativa para otimizar os estudos e (não necessariamente) ganhar dinheiro com a venda. Tal iniciativa pode ser um software, um método, um curso, um serviço, etc. Pode-se encaixar aqui também aquele concurseiro com instinto de liderança que fica tentando formar turmas presenciais ou pleitear descontos coletivos. E ele não perde tempo? Muito! Na maioria dos casos, o que ocorre é a perda do objetivo original, a aprovação, ou mesmo um consumo de tempo muito maior do que de fato seria necessário. Contudo, em alguns casos, a iniciativa se mostra efetiva e o empreendedor consegue recuperar o tempo investido por meio da otimização dos estudos conseguida. Graças a esse povo, hoje contamos com uma vasta gama de ferramentas que tem auxiliado (e muito!) a produtividade dos concurseiros (essas ferramentas serão objeto de um futuro artigo). Agora, cuidado! Com essa onda de MDE (Marketing Digital de Esquina), começam a brotar vários charlatões. Uma dica útil (mas não fatal) para separar o joio do trigo é bem simples: verifique se, pelo menos, o produto oferecido funcionou com quem o está oferecendo como a bala-de-prata.

E aí, se identificou com algum desses perfis? Deixe seu comentário abaixo!

Bons Estudos e até o próximo artigo! (aceito sugestões)


26 Comentários

Ana Carol
6

Adoreiiiiiiiiiiii, Walter!!! Puxei lá pro face!!! Parabéns!!!
Só um detalhe: parei meus estudos pra ler seu texto e de muitoooo me valeu!!! Identifiquei todosssss estes perfis em minha vida!!! Tanto no pré Leo, qto no pós Leo!!!! kkkk!!!

Leo Fontes
7

Acredito que eu seja um alpinista, pois fico doze dias em Brasília estudando e trabalhando e dois dias em Goiânia com minha esposa e filha. Essa é minha rotina, pois tenho um ciclo de estudo de duas semanas.
Agora falta subir na cadeia. Rsrsrs

Carla Rodrigues
8

Gostei muito do post, também morri de rir.
Fiquei na dúvida se eu me encaixaria melhor no sniper ou no ranger.
Como permaneço estudando, quase que 90% das vezes, seguindo o mesmo edital de um único órgão, acho que estou mais para sniper, mesmo…rsrs

Felipe
10

O intetessante é que você lê um perfil e, quando não se identifica, lembra de um amigo seu. Acho engraçado quando você fala dos cearenses (também sou) porque sei como são os asilados daqui rsrs.

Natan Concurseiro
12

Parabéns pelo artigo, prof! acho interessante você fazer um artigo sobre esses métodos e formulas MDE (marketing digital de esquina) para passar em concursos. Eu estava acompanhando dois “lançamentos” onde o mais barato custava 997 reais!. Tem certeza que isso é pra ajudar concurseiro? ou é pra tirar os custos que eles tiveram pagando um curso de marketing digital , propagandas no face e youtube? acompanho sempre o provascast, nunca vi algum dos convidados dizendo que foram aprovados depois de comprar um metodo de aprovação; Por isso o provascast do Rogerão serve de inspiração pra mim, pq lá podemos aprender com a formula dele que seguramente é universal: Ele tentou, errou, aprendeu, consertou e passou.

ROnny alves
13

depois de muitos anos perdidos no perfil RAMBO, me tornei sniper com tendência a me tornar alpinista, para tal deixei essa coisa de casar e constituir família de lado por alguns anos, claro que não pretendo alcançar o máximo,mas estabeleci a remuneração que quanto estiver recebendo, falarei: chega,estou no cargo que irei aposentar e queimarei todos os livros e apostilas

Helder Silva
14

Muito bom! kkkkkk
Atualmente, estou sendo o tipo Alpinista.
Mas, as vezes o perfil Empreendedor se desperta. kkkk
Parabéns pelo artigo.

Carlos
18

No meu caso eu me encaixei por quase 3 anos no perfil Ranger que rendeu muitas aprovações intermediárias até ingressar como Analista Judiciário. O próximo passo, o foco é ser Auditor Fiscal Estadual ou Federal (Sniper) em um projeto de longo prazo já que terei que começar do zero.

Alexandre
20

Após alguns anos como RAMBO, agora sigo a carreira de RANGER, hehehe….
Quem sabe futuramente me torne um ALPINISTA…

Jonatan
21

Muito bom… Identifiquei brutalmente com o tipo empreendedor… Fico me segurando para manter o foco no estudo quando surgem ideias mirabolantes.
Parabéns pelo artigo!

Saulo
22

E aí Walter! Sou um dos comentaristas que fez o questionamento do primeiro artigo, lembra? Eu entendi o que você quis dizer sobre os perfis de concurseiros. Meu perfil é de Ranger com foco total em exercer atividade na área de TI independente da instituição pública. Futuros desafios ficarão para depois disso. Só não ficou claro pra mim como um concurseiro deve se comportar (estratégias de estudo) na situação que eu coloquei no artigo anterior com relação as subdivisões dentro da TI e a pergunta que3 deixei no final do post.
Valeu! Até mais!

Walter Cunha
23

Saulo, quando se foca em vários concursos, os quais cada um puxa mais para um lado da TI, o importante é: aprofundar os assuntos comuns a todos; aprender o básico de todos os assuntos específicos e, por fim, aprofundar no tema específico do concurso mais próximo.

Elavi Cunha
24

Eu sou mais o Ranger, sempre procuro concursos que caiam assuntos bem parecidos e assim otimizar meus estudos evitando assuntos novos a cada 3 meses.

Fagner Fernandes
25

Fantástico essa classificação, Walter!
No início, eu era Rambo, mas com o tempo virei um Ranger e estou seguindo essa linha.
Conforme você vai levando na cabeça, você vai vendo que é impraticável tentar dominar tudo de várias áreas distintas. E considerando que os assuntos da TI parecem se proliferar com o tempo, isso se torna ainda mais difícil.

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