Tendências 2015 – Terceira Plataforma

2015 chegou (e um mês já se foi!) e está na hora de sair na frente entendendo melhor para qual direção as pessoas e empresas estão indo, nas áreas de Gestão e Tecnologia. Com os resultados fracos dos indicadores da economia, o governo freando investimentos, juros elevados e dólar em alta, será um ano de muita necessidade de eficiência (produção, custo, etc). Esse fato irá influenciar o Planejamento das empresas (fatores externos). E como não se pode esperar a poeira baixar para agir, ao mesmo tempo em que se corta custos, precisa-se investir em inovação e outras ideias que melhorem as vendas e o lucro nas organizações. Automatizar é uma tendência e representa uma saída para aumentar essa eficiência, que será discutida nos próximos artigos.

Tendência: um movimento social, espontâneo ou induzido, que aglutina um grupo significativo de pessoas em torno de comportamentos ou características semelhantes, identificáveis numa série de tempo determinada. O cerne da questão para uma tendência é a mudança, seja de comportamento, de consumo, de escala e grupamento social, de padrão econômico ou mesmo de características físicas [1].

Terceira Plataforma

Após a Primeira Plataforma (mainframes) e Segunda Plataforma (PCs), a Terceira Plataforma, composta pelas tecnologias Cloud, Big Data, Social Business e Mobilidade, continuará em pleno crescimento [2][3], com destaque para Cloud e Mobilidade. A popularização dos smartphones e tablets, associados à sua capacidade de processamento e conectividade, vem permitindo às pessoas executarem tarefas que antes não poderiam ser feitas através de dispositivos móveis, como videoconferências ou mesmo operação de um sistema online robusto, como um ERP.

Terceira_Plataforma

Quem nunca precisou de um arquivo que estava no seu desktop, vários KMs de distância? Ou mesmo perdeu um arquivo importante? E quando você precisa executar uma tarefa rápida, como converter um arquivo para PDF, editar uma imagem ou criar uma apresentação e precisa “baixar” um aplicativo para tal tarefa? Sem falar o preço da licença… O conceito de “nuvem” veio para tornar mais disponíveis as ferramentas e informações do dia-a-dia. Tecnicamente, grandes empresas como Amazon, Google, Microsoft, VMWare e Citrix disponibilizaram infraestruturas (IAAS – Infraestrutura como um Serviço (eg. máquina virtual) – e PAAS – Plataforma como um serviço (eg. Banco de Dados nas nuvens)) que permitiram empresas menores implementar de forma mais simples, rápida e barata suas soluções (que são construídas no topo das soluções dessas grandes empresas), geralmente pagando pelo uso (on demand), como fazemos com as contas de Água e Energia – geralmente é questão apenas de contratar um serviço, como uma máquina virtual, e acessá-la, por exemplo, utilizando Terminal Services (Windows). Hoje podemos utilizar o Dropbox para guardar arquivos ou utilizar uma das milhares de ferramentas disponíveis para conversão de PDFs, edição de imagens ou autoria de apresentações, direto no browser (inclusive através de um dispositivo móvel), sem necessidade de realizar downloads e instalações. A Amazon permite, por exemplo, utilizar um servidor online e pagar por hora de uso. Para muitos leitores isso já é algo normal (como consumidor), mas aí surge a pergunta: Você está disponibilizando o seu serviço com toda essa facilidade também (como fornecedor)? Pois muito em breve estarão cobrando essa facilidade e, talvez, trocando de fornecedor caso isso não aconteça.

Juntos, a praticidade/versatilidade dos dispositivos móveis aliados a disponibilidade que o Cloud possibilita, permitem atingir o objetivo de disponibilizar a informação quando necessária, inclusive em tempo real, para as pessoas interessadas (seus funcionários, clientes, acionistas, etc).

Números

Em janeiro de 2010, o IDC identificou que apenas 3,5% das empresas usavam ou consideravam usar quaisquer serviços em nuvem, enquanto em novembro de 2013 o numero chegou a 60% [5]. Abaixo estão os percentuais de utilização de ferramentas em nuvem pelas empresas [6].

% de utilização de ferramentas nas nuvens nas empresas do estudo[6]

% de utilização de ferramentas nas nuvens nas empresas do estudo[6]

Repare que mais de 40% das empresas do estudo realizado utilizam CRM online. Esse tipo de ferramenta é disponibilizada nas nuvens por vários fornecedores, como por exemplo o Salesforce, CRMZen e o Zoho CRM. Outros serviços muito utilizados são backups e máquinas virtuais. Deve ser levado em conta também que existe a nuvem pública e a privada, e que por razões de segurança, muitas vezes o modelo privado ou híbrido (público + privado) é  utilizado, principalmente por empresas maiores.

O estudo Business Cloud in Brazil: Research Report 2014: At the tipping point of accelerated adoption (Nuvem corporativa no Brasil: Relatório da Pesquisa de 2014: No ponto crítico da adoção acelerada) traz mais informações sobre o tipo de nuvem utilizada [7], conforme gráfico abaixo:

Tipo De Nuvem Utilizada nas empresas [7]

Tipo De Nuvem Utilizada nas empresas [7]

Tendência

Utilização da nuvem para oferecer disponibilidade de serviços corporativos aos clientes. Backup nas nuvens (pessoal e empresarial). Disponibilização de aplicativos nas nuvens, acessíveis via browser (desktop, mobile, etc) e também via smartphones (principalmente Android e iOS). Oferta de informações do negócio em dispositivos móveis (tablets e smartphones, incluindo novos como o Google Glass e os Smartwatches). Mudança no paradigma de desenvolvimento de software tradicional, onde uma funcionalidade de uma empresa, como a lista dos clientes mais lucrativos ou um endereço de entrega com informações do cliente, deve ser acessível fora da empresa (nuvens) e em dispositivos com capacidade (ainda) um pouco inferior (se essa lista for grande deverá ser paginada, por exemplo).

Em relação ao BigData, a medida que os aplicativos aumentarem sua “saída” de informações analíticas, sua utilização também aumentará para poder processar essas saídas e entregar decisões e outros resultados em forma de padrões. Social Business (Negócios/Tecnologias Sociais) será percebido através da maior colaboração de conhecimento e expertise dentro das empresas, assim como ferramentas para atingir um maior engajamento da marca com colaboradores e clientes.

Publicado originalmente no blog TI&Gestão

Referências

[1] SEBRAE. Estudo de Tendências e Oportunidades de Negócios em Goiás. Acessado em 15/12/2014, disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/go/sebraeaz/Estudo-de-Tend%C3%AAncias-e-Oportunidades-de-Neg%C3%B3cios-em-Goi%C3%A1s?codUf=10

[2] IDGNow. Cinco tendências de TIC para 2015. Acessado em 27/12/2014, disponível em: http://idgnow.com.br/blog/voitel/2014/12/19/cinco-tendencias-de-tic-para-2015/

[3] Techcrunch. Brazil, Indonesia, Mexico, Turkey, India Powering Next Wave Of App Growth, Says App Annie. Acessado em 27/12/2014, disponível em: http://techcrunch.com/2014/10/28/next-wave-app-growth-markets/

[4] ComputerWorld. Traduzindo tendências tecnológicas em resultados de negócio. Acessado em 04/01/2015, disponível em: http://computerworld.com.br/gestao/2014/10/30/traduzindo-tendencias-tecnologicas-em-resultados-de-negocio/

[5] Dualtec Cloud Builders. TI vive a era da Terceira Plataforma. Acessado em 03/01/2015, disponível em: http://www.dualtec.com.br/blog/2014/09/11/a-era-da-terceira-plataforma

[6] Olhar Digital. 75% das grandes empresas no Brasil já usam cloud computing, aponta estudo. Acessado em 04/01/2015, disponível em: http://olhardigital.uol.com.br/noticia/75_das_grandes_empresas_no_brasil_ja_usam_cloud_computing_aponta_estudo/18602

[7] CloudMarket. Pesquisa demonstra o forte crescimento de Cloud Computing no Brasil. Acessado em 22/12/2014, disponível em: http://www.cloudmarket.com.br/blog/cloud-computing/pesquisa-demonstra-o-forte-crescimento-de-cloud-computing-brasil/

Danilo Teodoro

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Graduado em Administração com Ênfase em Análise de Sistemas (CRA-GO: 10094), possui MBA em Gestão de software e mais de doze anos de experiência em desenvolvimento de aplicações utilizando banco de dados, sendo a maioria dos sistemas voltados à área comercial (automação) e agrícola. Possui três certificações na linguagem de programação Delphi, sendo uma delas como instrutor oficial Borland, função na qual atuou por três anos. Trabalha com Java (Spring, JPA/Hibernate e JSF), BSC (Balanced Scorecard) e, atualmente, atua como Arquiteto de Software / Consultor em Desenvolvimento. Autor do blog TI & Gestão: www.tiegestao.com.br


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