Tecnologia além das fronteiras

* Francisco Ricardo Blagevitch

Não é a toa que somos os emergentes da vez. Os fornecedores de serviços de Tecnologia da Informação (TI) brasileiros têm encontrado no mercado internacional grandes oportunidades de negócios para apoiar suas estratégias de expansão. O perfil empreendedor do empresariado nacional e os modelos bem-sucedidos de projetos de terceirização em multinacionais funcionam como cartão de visita para que o nosso trabalho seja reconhecido e levado para fora.

Em busca de fornecedores que otimizem seus resultados, o mercado procura parceiros de negócios que reúnam não apenas qualidades técnicas e operacionais, mas que consigam aliar preços competitivos, qualidade e atuar como um verdadeiro provedor global de serviços. Neste sentido, somos considerados uma alternativa atraente à medida que reunimos diversos aspectos favoráveis, como localização geográfica e capital humano qualificado. Tais fatores refletem nossa capacidade de enfrentar com sucesso os desafios tecnológicos impostos pelo irreversível processo de exportação em TI.

Diante de um mundo sem fronteiras, a tendência é de que os investimentos em tecnologia continuem crescendo em 2010. Os investimentos corporativos, congelados em 2009 em função da crise, agora apontam um período de retomada, propício para o fechamento de novos contratos internacionais. A consolidação das marcas brasileiras no exterior reflete justamente este momento de amadurecimento do País.

Outros ingredientes, como excelência e qualidade, ainda contribuem para ampliar e reforçar nossa presença como um verdadeiro pólo de outsourcing. Não é de se espantar que, segundo dados da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), tenhamos encerrado 2009 com um total de US$ 3 bilhões em exportação de softwares e serviços na área de TI. A estimativa para 2010 se mantém otimista, com US$ 3,5 bilhões em negócios no exterior. Já na América Latina, a consultoria Forrester Research projeta, neste ano, um incremento de 7,7% no faturamento do setor mundial de tecnologia.

Se por um lado faltam incentivos governamentais, como as elevadas cargas tributária e trabalhista, que geram entraves para a disputa com países como Índia, em outros aspectos esbanjamos em criatividade e inovação. São estas características que garantem credibilidade ao Brasil, colaborando parar projetar profissionais e metodologias no cenário internacional. Afinal, é cada vez mais comum grandes corporações considerarem os fornecedores nacionais como opções mais do que viáveis para suas operações globais, escolhendo terceirizarem suas infraestruturas de TI a partir daqui. O desafio é continuar projetando-se como uma escolha cada vez mais eficiente e competitiva. Talento, felizmente, temos de sobra.

Além de apostar em nossa competência, criatividade e no famoso jogo de cintura, próprio dos brasileiros, um dos pilares para elevar continuamente os índices de exportação dos serviços nacionais de TI é a formação de mão-de-obra cada vez mais qualificada. Para tanto, a criação de projetos de capacitação e aprimoramento profissional, tanto na esfera pública como na privada, seriam grandes ferramentas para conquistar ainda mais espaço no cenário globalizado. Só assim, unindo esforços em prol de um objetivo comum, conseguiremos assumir o papel de protagonista desta história, comprovando que quando o assunto é TI o Brasil consegue “fazer bonito” aqui e lá fora.

*Francisco Ricardo Blagevitch é presidente da Asyst International.

Fonte: Singular Comunicação de Resultados

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