Esporte ensina a gerenciar projetos com mais agilidade e produtividade

O filme “Invictus” contou como o maior evento mundial de rúgbi aproximou brancos e negros, na África do Sul, após o fim do regime de apartheid. O que poucos sabem é que uma jogada desse esporte serviu de inspiração para uma revolução no mundo da Tecnologia da Informação e do processo de gerenciamento de equipes. É o Scrum, que nasceu nos campos esportivos para tornar-se a metodologia ágil preferida em empresas com alto grau de inovação. Entre os dias 7 e 20 de junho, a tener trará pela segunda vez ao Ceará, o brasileiro com mais certificações Scrum, para treinar desenvolvedores, gestores de TI, entre outros profissionais.

Quem estiver disposto a tirar algum tipo de lição sobre formação de equipes vencedoras, observando as seleções de futebol na Copa do Mundo da África do Sul, pode ir mais além e tentar conhecer outro esporte de sucesso na terra de Mandela. Para quem não sabe, os anfitriões do maior evento futebolístico do planeta são bons mesmos é em rúgbi, no qual são bicampeões mundiais. Nesse esporte, tido por alguns como truculento, nasceu a inspiração para uma revolução no gerenciamento de projetos, especialmente de softwares. Jogado por duas equipes de quinze atletas, os criadores do rúgbi pensaram numa forma criativa de punir faltas e irregularidades: o scrum, ou formação ordenada. No scrum, apenas oito jogadores de cada equipe participam da disputa pela bola. Um jogador da equipe prejudicada pela infração tem a oportunidade de fazê-la ser conquistada pelo seu time arremessando-a por dentro de um “túnel” de jogadores, de ambas as equipes.

Por volta de 1986, os japoneses Nonaka e Takeuchi, analisando processos na Toyota, perceberam que equipes menores e multidisciplinares obtinham melhores resultados e associaram isso ao que ocorre no scrum do rúgbi. Nove anos depois, o norte-americano Ken Schwaber formalizou a metodologia de gerenciamento de projetos Scrum. “Tanto no esporte quanto no mundo corporativo, não adianta ter excelentes indivíduos e os melhores talentos juntos, se eles não constituírem uma equipe. Quando os profissionais não se conhecem bem, o time tem poucas chances de êxito. A metodologia de gerenciamento de projetos Scrum é uma analogia perfeita com a jogada do rúgbi porque busca, na essência, a mesma coisa: entregar valor com um time reduzido”, defende Pedro Jorge Silveira, diretor da tener. Podendo ser usado em qualquer tipo de planejamento de longo prazo, de casamentos a projetos empresariais complexos, o Scrum se ajustou ainda melhor ao desenvolvimento de softwares, porque tornou mais simples, ágil, eficiente e barata a produção.

Quem gerencia essa metodologia no mundo é a organização Scrum Alliance, que oferece cinco tipos de certificação profissional: CSM e CSPO (níveis básicos); CSP, CSC e CST (níveis avançados). No Brasil, ainda são poucas as empresas que a utilizam, mas o interesse não pára de crescer, especialmente por conta da demanda dos grandes projetos de infra-estrutura que estão sendo desenvolvidos no país. “As metodologias tradicionais transformaram os orçamentos de desenvolvimento de software e os mecanismos de controle e gestão de recursos e riscos, excessivamente complexos, sem garantir que o projeto saia no prazo e com qualidade. No Scrum, através da figura do Product Owner, há uma saudável volta ao começo, quando havia uma relação mais próxima ao cliente. O cliente pode dizer constantemente: isso é o componente mais valioso. Além disso, no Scrum, o time de desenvolvedores entrega constantemente um produto pronto para o uso do cliente”, enumera Silveira, da tener.

Como é aplicada a metodologia ágil de gerenciamento de projetos Scrum?

O expediente começa com uma reunião de 15 minutos entre os desenvolvedores (time), para decidirem o que vão fazer e quais serão as metas do dia.

Nestas reuniões diárias, chamadas Daily Meetings, três perguntas são propostas a todos os integrantes: O que fiz ontem? O que farei hoje? Quais são os impedimentos?

O Scrum Master deve retirar todos os obstáculos da equipe de desenvolvedores, mas no contexto do Scrum, o time deve ser autônomo, ou seja, eles resolvem todos os problemas entre si, sem recorrer a membros mais experientes.

Além do Scrum Master e do time, há o Product Owner que deve ter um conhecimento de domínio muito avançado, aliado a uma grande experiência em gestão de negócios. Em geral, os profissionais que ocupam essa posição são engenheiros seniores.

Também é fundamental a participação do cliente, não só listando as prioridades do produto no início do projeto, como também em reuniões de duas a quatro horas, realizadas preferencialmente, a cada 15 dias (ou pelo menos ao final de cada sprint), para interagir em pontos chave do processo.

Um sprint é um período que dura entre 30 e 45 dias, quando um incremento do software é produzido. Em outros tipos de projetos, que não a fabricação de softwares, o sprint pode ser aplicado à componente de um produto ou etapa de um planejamento.

Fonte: Tener (www.tener.com.br)

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