O desktop está com os dias contados. Estamos na era do Virtual Workplace

Por Otto Pohlmann*

Durante o império do Personal Computer iniciado em 1981, o conceito de Desktop reinou absoluto sobre as mesas dos executivos e da maioria dos funcionários das empresas. Já chegou a hora deste reinado de 30 anos acabar. E, por algumas boas razões.

O primeiro motivo é porque 30 anos é tempo demais numa área tão dinâmica quanto a da informática e já estava na hora de aparecer um novo conceito.

A segunda é que o reinado físico da máquina em cima da mesa de trabalho começa a mudar. Estes equipamentos que ocupavam grande parte da mesa de trabalho começaram a ser substituídos por dispositivos móveis, como os tablets, que chegaram para ficar. Muito menores, mais elegantes, consumindo menos energia, e com mobilidade, eles são de fato irresistíveis. E, esta última característica vai fazer o mundo dos desktops tradicionais da maneira que conhecemos hoje se reduzir até praticamente desaparecer.

A terceira razão para o conceito do desktop de software desaparecer é que a prioridade do futuro será a aplicação e não o sistema operacional. O conceito do desktop de software, associado ao sistema operacional vigente, também irá desaparecer.

A tentativa de alguns fabricantes de promoverem o Desktop Virtual terá vida curta.  É apenas uma tentativa de dar uma sobrevida para algo que não tem futuro: o desktop. Em substituição, está chegando um novo conceito mais amplo, menos restritivo. Ao invés de trabalharmos com um desktop de software que permite executar apenas os programas e utilitários de um único sistema operacional, vamos começar a gostar e nos acostumar ao conceito do Virtual Workplace, uma janela web genérica que pode ser acessada pelo usuário de qualquer lugar, através de qualquer browser, em qualquer máquina, com qualquer sistema operacional.

Esta janela Web do Virtual Workplace dará acesso às aplicações e ferramentas necessárias para realizar o trabalho, sejam aplicações corporativas (ERP, CRM, BI, etc), sejam ferramentas de produtividade na nuvem (Google Apps, Zoho, etc), tanto pra uso pessoal quanto corporativo.

Se analisarmos bem, o usuário mesmo hoje pouco se importa com o sistema operacional.  Ele quer mesmo é acessar aplicativos e informações da maneira mais simples e rápida possível.  Ninguém se importa em que lugar, e sob qual sistema operacional estas aplicações estarão rodando. Tudo que importa é que através do Virtual Workplace temos acesso às informações, aplicações e ferramentas necessárias para realizar o nosso trabalho.

A vantagem do Virtual Workplace é que ele é neutro de sistema operacional e de fabricante, é uma área de trabalho que podemos acessar qualquer aplicação de qualquer lugar, e que não sofre ação de modismos e da necessidade de fabricantes de venderem um novo sistema operacional. O Virtual Workplace será padronizado e dará acesso à coleção de ferramentas que se é necessário pra trabalhar.

Chegou o momento em que a Aplicação será o centro das atenções, a estrela do show. Máquinas servidores e sistemas operacionais se tornarão uma infraestrutura transparente e distante do usuário final. Ele interagirá com as aplicações através do Virtual Workplace a partir do tablet, não importando o sistema operacional que ele rode, seja Android, Apple iOS, Web OS ou Windows Mobile. Todos darão suporte e acesso à plataforma virtual, que concederá acesso às aplicações corporativas e às ferramentas de produtividade centralizadas, corporativas ou pessoais.

O acesso remoto às aplicações centralizadas será mais importante do que as aplicações móveis, pois o fator principal é a acessibilidade móvel e não necessariamente a mobilidade da aplicação. Dessa forma, o acesso remoto se tornará mandatório no mundo do Cloud Computing onde as aplicações rodarão remotamente e de forma centralizada. Ou seja, o Virtual Workplace permitirá que ninguém mais tenha controle sobre como, onde, e em que sistema operacional as aplicações estarão rodando.

O Virtual Workplace se tornará uma realidade, já que irá unir a necessidade de acesso remoto às informações com as aplicações rodando nas nuvens computacionais. Vamos nos libertar das interfaces proprietárias e distintas de cada desktop de sistema operacional.

* Otto Pohlmann é CEO da Centric System, empresa especializada em soluções para centralização de sistemas e distribuidora do software GO-Global no Brasil.

Profissionais TI

Mais artigos deste autor »

Eventos, cursos, livros, certificações, empregos, notícias e muito mais do mundo da TI (Tecnologia da Informação).


3 Comentários

Fernando Angelieri
1

Não entendi muito bem a matéria.
Se ele fosse publicada em 1995 até poderia dizer que o Otto estaria falando do que seria o conceito web onde as aplicações rodam sem necessitar saber sua origem e nem seu destino, sendo completamente agnóstico ao sistema operacional, conectividade ou regionalização.
Agora uma matéria em 2011 falando deste tema eu não consegui entender a relevância.
SalesForce está aí para mostrar que o CRM não depende da estação de trabalho.
Nos meus últimos 5 anos o meu smartphone foi minha estação de trabalho. Era um smartphone, mas era minha estação de trabalho. Na Índia, o primeiro “computador” é o celular (muito mais poderoso que meu primeiro PC).
Acho que estamos querendo dar rótulos a coisas que não precisam.
Se vou acessar a aplicação de um iPad, ele sim será minha estação de trabalho.
A uns 10 anos utilizo Notebook no meu trabalho. Quando ele está sobre a minha mesa, ele pode ser chamado de DESKTOP, quando estou no aeroporto sobre o meu colo ele pode ser chamado de LAPTOP.
Senhores de TI, por favor vamos parar com rótulos e trabalhar mais os negócios das empresas em que fazemos parte.

Paulo C Faccioli
2

Algumas coisas ficam melhores quando não são ditas. Tipo: “O acesso remoto às aplicações centralizadas será mais importante do que as aplicações móveis, pois o fator principal é a acessibilidade móvel e não necessariamente a mobilidade da aplicação”. Escrever um artigo que diz que as aplicações serão “a estrela do show” é chover no molhado. Nenhum hardware funciona sem SO (seja ele qual for) e o SO sem aplicação não serve pra nada. É básico. É óbvio. No fundo mesmo, é um artigo que diz nada, apenas cria um “novo rótulo” e tenta justificá-lo em vão.

Ivan Ribeiro
3

Comprei um notebook e o uso há anos em minha casa, para coisas do mundo corporativo e do mundo pessoal. Por inúmeras vezes tentei usa-lo no colo, na sala, vendo tv, mas é desconfortável, desagradável e sempre acabo voltando para a mesa de trabalho. Ou seja, sempre usarei um desktop, seja qual for o hard, o SO ou a aplicação que eu esteja utilizando.

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos com * são obrigatórios!