Governança de TI: Eficiência x Eficácia

Atualmente as empresas estão cada vez mais dependentes da TI para alcançar seus objetivos de negócio, obter resultados positivos e atingir um diferencial no mercado. Desta forma, a tecnologia da informação deixou de ser apenas um provedor de serviços, cujas despesas devem ser controladas, e passou a atuar como um parceiro, com orçamentos voltados à estratégia do negócio e gerenciados como um investimento.

Ao longo desta transição, os planos de negócio das instituições ficaram cada vez mais complexos, obrigando a TI a desenvolver processos cada vez mais maduros, com ciclo de vida bem definido e levando em consideração outros marcos de regulação e modelos de gerenciamento. Com isso, surgiu a necessidade de implementar uma Governança de TI eficiente, a fim de transparecer o trabalho do departamento de tecnologia da informação, reduzir gastos, gerenciar riscos, agregar valor ao serviço e principalmente mensurar o retorno sobre o investimento em tecnologia.

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De acordo com a biblioteca de melhores práticas ITIL, eficiência é uma medida para identificar se a quantidade correta de recursos foi utilizada para entregar um processo, serviço ou atividade. Um processo eficiente alcança seus objetivos com a quantidade mínima necessária de tempo, dinheiro, pessoas ou outros recursos. Assim deve ser a Governança de TI: eficiente. Em contrapartida, uma governança eficaz garante que os objetivos acordados sejam cumpridos, mas não garante que os métodos utilizados sejam sempre os mais corretos, podendo ocasionar, por exemplo, no aumento de pessoas ou recursos necessários para cumprimento de uma determinada demanda.

Para se estabelecer uma governança de TI eficiente é necessário identificar a visão, a missão e o objetivo do negócio em que a TI estará alinhada e visualizar como está o cenário de tecnologia da organização atualmente, perante o negócio, e estabelecer onde a TI deve estar no futuro, estabelecendo indicadores de desempenho que possibilitem mensurar e avaliar o progresso de desenvolvimento até alcançar o resultado desejado. Feito isso, deve-se mapear as necessidades operacionais, financeiras e os riscos do negócio a fim de estabelecer um portfólio de serviços e processos com foco na capacidade e demanda da TI e do próprio negócio. No entanto, uma boa governança deve ser baseada no ciclo de vida de suas atividades e ser capaz de desenhar, implantar e gerir processos conforme a estratégia do negócio, levando em consideração a avaliação e melhoria contínua dos métodos utilizados. Outra ferramenta importante para auxiliar a boa governança é estabelecer e documentar os responsáveis, executores, pessoas ou funções a serem consultadas e informadas em determinada atividade ou processo, pois assim é possível formar um time ciente de seus deveres e envolvido em suas atividades para o sucesso do negócio.

O ponto mais importante, e talvez o mais complicado, para estabelecer uma boa Governança de TI, e acima de tudo eficiente, é manter a comunicação entre as partes interessadas – clientes, alto escalão e TI.

Por parte do cliente por não ter uma demanda com especificação e objetivo bem definida, fazendo com que o mapeamento de requisitos seja alterado constantemente e impactando na entrega da solução solicitada. Por parte da alta direção da empresa, que em diversos momentos acredita que determinada informação tem conteúdo estratégico sigiloso e por isso não deve ser compartilhada, gerando um grande obstáculo no alinhamento da TI com o negócio. E por parte da própria TI, que em momentos de negociação e interação com o quadro de diretores faz uso de linguagem técnica e/ou específica e com pouca objetividade dificultando o entendimento entre as partes.

Pode-se considerar um cenário ideal de Governança de TI uma companhia que possui processos claros e objetivos, papéis e funções bem definidos, métricas estabelecidas para mensuração de desempenho, riscos bem gerenciados, um bom plano de continuidade dos serviços de TI, capacidade operacional e técnica para atendimento de novas demandas, dispor de um ambiente preparado para alterações no mercado e novas tecnologias, participação constante e efetiva dos membros da direção e fornecimento de soluções com qualidade e agilidade, com redução de pessoas, tempo, recursos e gastos.

E vocês, o que acham que seria necessário para estabelecer uma governança de TI eficiente? Deixem seus comentários abaixo!

Raphael Oliveira Neves

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Engenheiro de software com 6+ anos de experiência em projetos de arquitetura e desenvolvimento de sistemas em Java, certificado Oracle, aspirante à escritor nas horas vagas e entusiasta de novas tecnologias.


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