Carreira no exterior: objetivo concreto ou um sonho distante – Parte 2

Iniciar uma carreira no exterior é algo que freqüentemente ronda as mentes e as rodas de conversa dos jovens da Geração Y.

A possibilidade de aperfeiçoar um idioma, trabalhar em uma cultura totalmente diferente e receber um salário substancialmente mais gordo e em uma moeda mais forte costumam ser atrativos extremamente sedutores.

No primeiro texto desta série, falei sobre o primeiro e mais importante passo no processo de iniciar uma carreira em outro país: determinar se essa vontade é apenas um sonho ou um objetivo real de vida que trará um nível significante de satisfação e felicidade.

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Mas como chegar lá? Quais são as portas de entrada?

Existem várias opções e, como tudo na vida, os caminhos corretos demandam dedicação, tempo e esforço. Se você realmente pretende se estabelecer no exterior para viver e trabalhar legalmente, os caminhos mais comuns são:

Movimento interno ou transferência dentro da mesma empresa

Muitas das multinacionais estabelecidas no Brasil têm programas de movimentação lateral ou mesmo de relocação temporária e/ou permanente de funcionários em suas unidades no exterior. Este caminho requer bastante planejamento interno e normalmente está fortemente vinculado a performance individual e destaque dentro da empresa. Este é um dos casos onde muito bem se aplica a máxima de “quem não é visto não é lembrado“. Se você pretende percorrer este caminho, a primeira coisa a fazer é conversar com seu gerente e com alguém do RH para saber qual o processo adequado a seguir.

Projeto interno de curto/médio/longo prazo

Esta prática é bastante conhecida nas multinacionais de TI estabelecidas no Brasil. Trabalhei por 2 anos na Dell Computers em Porto Alegre e era bem comum ver líderes de equipe viajando para os EUA para a implantação de projetos. Eu mesmo passei um tempo lá e foi uma experiência espetacular – mas isso é assunto para outro post. Estes projetos normalmente estão atrelados a um conjunto bem específico de tarefas e objetivos, como implantação, treinamento, transferência de conhecimento, coaching ou suporte. Normalmente, a sugestão de que você visite a unidade da sua empresa no exterior vem de fora mesmo, geralmente em função de características específicas do seu trabalho, das suas habilidades ou da sua posição no time. Mais uma vez, exige planejamento e um tanto de sorte e timing.

Sponsorship (patrocínio)

Esta opção é mais comum entre os profissionais que já estão no exterior temporariamente (seja estudando idiomas, trabalhando part-time ou em busca de uma oportunidade de trabalho permanente) e exige muita persistência. Um sponsorship dá o direito de um estrangeiro permanecer no país pelo tempo no qual ele esteja vinculado a empresa. Ou seja, se você for demitido ou pedir demissão, terá que sair do país ou encontrar outra empresa que forneça outro patrocínio ou visto de trabalho similar.

Visto de residência permanente

Das opções citadas, provavelmente é a mais complexa de todas, pois além de burocrática, possui regras de elegibilidade que variam de país para país. Por outro lado, é a opção que dá ao profissional maior flexibilidade na busca do primeiro emprego no exterior, pois não restringe o profissional a uma empresa em específico. Também permite que o profissional resida no país de destino por tempo indeterminado, esteja ou não empregado. Em outro post, trarei mais detalhes da minha experiência na obtenção do visto de residência permanente australiano e informações sobre o mesmo processo na Inglaterra e Canadá.

Cada um de nós está num momento profissional e ambiente de trabalho único. Nenhuma empresa ou posição é igual a outra, portanto, avalie bem o ambiente onde você está inserido, faça sua escolha e comece a arrumar as malas.

No terceiro e último texto desta série vou falar sobre os desafios, dramas e prazeres de viver e trabalhar no exterior. Até lá!


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