Série O Líder Ágil: Agile Coach, Monte Cristo e o status quo

Olá pessoal, tudo bem?

Vamos para o 2° artigo da nossa série O Líder Ágil (leia o primeiro artigo clicando aqui)! Neste, vamos fazer uma analogia cômica entre o status quo e o Conde de Monte Cristo!

Para quem não conhece a trama, o livro “O Conde de Monte Cristo” foi escrito por Alexandre Dumas em 1.844 e conta a história de um marinheiro injustiçado que busca por vingança. Na história, Edmond Dantès é um imediato de um navio francês que, após ir até a ilha Elba em favor de seu capitão enfermo e lá receber – de forma inocente – uma carta de Napoleão, é preso injustamente como traidor e exilado no castelo de If. Ali, ele conhece o abade Faria, que o instrui e ajuda na fuga da prisão, mais de uma década depois. 

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Através do abade, Edmond toma conhecimento de uma fortuna e volta para sua cidade para executar uma meticulosa, e bem planejada vingança.

“Mas Felipe, qual a relação com liderança e status quo???”

Bom, vamos por partes. Edmond era incrivelmente ingênuo. Apesar de uma vida abençoada e humilde, vivendo com uma honesta e bela mulher, e ter sido nomeado capitão de um navio e ser bondoso e feliz, Edmond tinha à sua volta inveja e complôs. Ingênuo como nunca, ele acreditou demais nas pessoas e na suposta bondade delas, não nos fatos que mostrariam riscos enormes.

No dia a dia da organização, o líder ágil não pode se deixar levar por ingenuidades e crendices. “Mudança de Mindset”, “transformação cultural”, “renovação de processos” são coisas muito bonitas quando ditas, mas sua execução demanda tempo, sangue e suor. Ao acreditar demais, o líder ágil pode cair como Edmond, preso numa trilha de processos e armadilhas que só o levarão ao fracasso.

Edmond foi encarcerado, o abade Faria, também prisioneiro do castelo de If, ensinou a Edmond muitas disciplinas que hoje conhecemos. Coisas como matemática, política, economia, esgrima e história. Através de dados, extenso conhecimento sobre estratégia e planejamento, Edmond elaborou um plano ardiloso que o levaria ao sucesso. Ao executa-lo com um planejamento contínuo, com pequenas vitórias e conquistas pôde se adaptar às circunstâncias e aos seus inimigos. 

Assim como Edmond Dantès, o líder ágil precisa agir com uma estratégia concisa, usando dados e fatos para obter resultados reais. Ao acreditar demais na sua ingenuidade e principalmente pensar que todos estão engajados com a “mudança do mindset”, pode ter suas iniciativas sabotadas, já que o senso de urgência não foi de fato instaurado. Com isso, as pessoas se tornam ainda mais complacentes e o status quo se fortalece.

Experimentando cada tentativa, medindo cada resultado, o líder ágil consegue perceber as restrições do negócio e começar a atacar os problemas na causa com dados que se aproximam da realidade.

O líder ágil precisa de métricas, dados, informações, contexto, perspectiva, visibilidade, paciência – muita – ceticismo e coragem para fazer como Edmond Dantès que:

  • Percebeu as restrições (capacidades de sua posição);
  • Obteve informações de como e quando agir nas situações reais (pragmatismo);
  • Identificou os problemas e os eliminou;
  • Superou o status quo (seus inimigos e sua visão tóxica);
  • Conquistou sua liberdade (vitórias curtas);

Por fim, a ingenuidade e inocência sobre o status quo não levará o líder ágil a lugar algo senão ao fracasso. No dia a dia, ele precisa ser resiliente, calculista, pragmático, paciente e organizado.

E aí, gostou? Comenta aí e diz o que acha!

Felipe Oliveira

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Sócio proprietário da Mindset Ágil, Palestrante, professor, gerente, consultor, Scrum Master, Agile Coach e eterno aprendiz. Certificado ASM, P2AP, P2AF, KMP I, PSM I, PSPO I, LITAF, CI-ASP, SCAC, CLF, SFC, ITIL V3, COBIT 5, entre outras.


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