Mobilidade Corporativa: a situação dos tablets nos negócios

Os leitores assíduos dos meus artigos sabem que creio fortemente que na mobilidade corporativa está o futuro e que os tablets podem se tornar o principal dispositivo de computação profissional. Ainda não chegamos lá, mas certamente os dispositivos ultra móveis na faixa de 7 a 12 polegadas estão se tornando muito populares expondo cada vez mais o famigerado BYOD (BringYourOwnDevice – Traga o seu Dispositivo).

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Os desafios para a adoção dos tablets

A razão pela qual o uso do smartphones aumentou no meio empresarial é clara: os funcionários substituíram seus telefones particulares por smartphones, viram as vantagens de se ter um dispositivo altamente equipado ultra-móvel e começaram a usá-los (em muitos casos, independentemente da política corporativa). Esta demanda levou à adoção cada vez maior de políticas BYOD a um ponto em que se tornou raro observar usuários comerciais com acesso a sistemas corporativos em seus telefones particulares. Entretanto, há menos “killer apps” no caso dos tablets. Eles têm sido vistos como “telefones grandes”, ou dispositivos com o único propósito de consumir mídia, mas raramente como um substituto ao tradicional computador ou notebook.

Deixando de lado as questões de política corporativa (vamos apenas assumir que as empresas não se opõem aos usuários terem tablets), elas continuam enfrentando uma série de desafios, tais como:

  • O Office tem sido uma razão para não se usar tablets, já que o acesso a um pacote completo de recursos é extremamente útil no mundo dos negócios. Embora programas como o QuickOffice ou o Keynote para iPad detêm várias de suas funcionalidades em seus atalhos no desktop, usá-los para tarefas sérias de criação de documentos representaria um investimento muito maior de tempo e esforço. Toda questão em adotar um novo dispositivo é tornar o trabalho mais fácil, mas isso se torna mais complicado quando você pensa em trabalhar em um ERP ou um sistema corporativo grande utilizando uma interface típica de touch. Entretanto, através de plataformas de integração e aplicativos é possível criar aplicações móveis que recriam fluxos de trabalho de usuários, fornecendo um trajeto intuitivo entre as aplicações empresariais, mantendo todas as funcionalidades, mas reduzindo a complexidade.
  • A baixa escolha de métodos de entrada (input methods) em tablets tem sido uma preocupação no mundo dos negócios, que tradicionalmente funciona com entradas de mouse e teclado. É claro que o verdadeiro desafio não é que os usuários corporativos não sejam capazes de usar a entrada de toque, mas sim que, trabalhar sério em aplicações empresariais com telas desordenadas e controles minúsculos é irritante. Plataformas de aplicativos móveis são a resposta novamente, já que a construção de uma aplicação baseada em fluxo de trabalho com telas projetadas para o toque reduz muito estes problemas.
  • A segurança dos dados sempre foi uma preocupação com dispositivos portáteis, uma vez que todos os dados armazenados no dispositivo serão comprometidos caso ele seja perdido. Isso já era uma preocupação quando o dispositivo portátil se tratava de um notebook de 15 polegadas em sua maleta para transporte, de modo que a grande mobilidade dos tablets e o seu tamanho reduzido logicamente implica na possibilidade de perde-los mais facilmente. Felizmente, as soluções modernas de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM) permitem acesso aos dados corporativos confidenciais a serem controlados, por exemplo, garantir que nenhum dado seja armazenado no dispositivo, ou remover aplicativos remotamente caso o dispositivo deixe uma área definida (área demarcada), ou sua perda seja informada.

Portátil versus móvel

Embora os tablets ainda não tenham substituído o tradicional notebook no ramo empresarial, estão sendo cada vez mais usados como um dispositivo ultra-móvel. No entanto, acho que isso é apenas um ponto na evolução da TI empresarial: os usuários corporativos continuam relutantes em livrarem-se completamente do velho notebook, já que ainda existem algumas tarefas que são mais fáceis de serem realizadas com ele, e ainda estamos no início das plataformas de aplicativos móveis. Prevejo que para o futuro próximo, o notebook empresarial será muito parecido com o PC doméstico: ainda útil para algumas tarefas, e na verdade vital para os usuários que necessitam de maior poder de processamento, mas vai gradualmente se tornar menos central conforme novos dispositivos mais úteis ganham ampla adoção e suporte.

As questões que poderão em breve tomar conta das corporações são: será que usuários preferem usar vários dispositivos sendo cada um perfeito para uma determinada situação, talvez sincronizados via nuvem para que o trabalho feito em um esteja imediatamente disponível nos outros, ou um único dispositivo que possa se adaptar para ser “bom o suficiente” em todos os lugares, reduzindo assim, a complexidade? Eu, particularmente, uso um Sony Vaio Duo híbrido notebook / tablet que considero excelente, visto que ele se comporta como um tablet quando preciso dele móvel, enquanto na mesa posso conectar o meu mouse, teclado e monitor externo e não deixa de ser diferente de um notebook tradicional.

Com a capacidade de fornecer acesso aos sistemas corporativos com funcionalidade completa via aplicativos móveis, mesmo quando estiver offline, uma das principais barreiras para a adoção de tablets foi superada. Agora, empresas de software devem colocar a mão na massa para a criação de “killer apps” que façam do tablet algo indispensável no mundo corporativo. E este, claro, é mais um mercado a ser muito explorado!

Texto traduzido e adaptado de http://www.davidakka.com/enterprise-mobility/tablets_in_business/

Imagem via Shutterstock


1 Comentários

Marcos
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Vejo os portáteis como grandes aliados em qualquer ramo ou nicho de mercado, a questão que considero é justamente essa, os smartfones e tablets estão para agregar valor as informações e não para substituir meios antigos, quando todo o eco-sistema de uma corporação estiver integrado (através de Cloud) esses portáteis terão real utilidade.

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