Adotar o Scrum na sua organização é fundamental para melhoria da produtividade, respostas rápidas a mudanças e o mais importante, a valorização de fazer o que é mais importante para a construção do produto. Contudo, há certa necessidade de mudança cultural por parte da organização para entender e aplicar corretamente os papéis, regras, eventos e artefatos que compõe o Scrum.
Em alguns processos de software, é muito comum ter a divisão dos papéis de cada envolvido no projeto. Isto é completamente compreensível e necessário, mas há alguns casos onde se têm uma maior valorização para uns e desvalorização para outros.
É comum também encontrar algumas organizações cultivadas dentro da cultura “comando controle”, onde os superiores querem sempre demonstrar seus poderes aos subordinados: “Lembrem-se, aqui quem manda sou eu”. Porém, adotar o Scrum dentro dessa visão errônea certamente vai empurrar o time para trás.
Para obter resultados aplicando o Scrum, requer-se mudanças – caso ela se enquadre no contexto acima. Na adoção do Scrum é preciso de uma estrutura inversa à do comando controle.
Tenho acompanhado vários estudos que apontam que os colaboradores atuais querem um líder que os incentivem, que deposite sua confiança, que os motivem e lhes forneçam uma estrutura e direção para atingirem seus objetivos e metas, não um chefe que lhes cobrem a todo o momento (muitas vezes de forma exaustiva) e que ao mesmo tempo não lhes dão recursos necessários para execução das tarefas cobradas. O Scrum se encaixa perfeitamente neste perfil, pois defende uma visão de gerência “não controladora” na pessoa do Scrum Master, que tem um papel fundamental de servir ao invés de ser servido (servo-líder). Portanto, no Scrum não há papel pra quem gosta ou quer mandar. Aqui é bem vinda a cooperação mútua de todos que fazem parte do Time Scrum. As divisões dos papéis são pequenas, mas, cada uma tem sua extrema importância de participação. Por exemplo, dentro da Equipe de Desenvolvimento não existe papel específico para um ou outro, todos são desenvolvedores.
A mudança cultural é necessária e é preciso que a organização promova um ambiente organizacional colaborativo baseando-se na confiança, que também deve ser mútua. Assim, o Scrum Master poderá trabalhar liderando e treinando a organização dentro desse novo ambiente, de forma a fazer com que todos compreendam a adoção do Scrum e ajudem no desenvolvimento do produto empírico. Dentro deste contexto, o Scrum Master poderá também aplicar as mudanças necessárias que venham a aumentar a produtividade do Time Scrum, passará confiança para que a Equipe de Desenvolvimento possa organizar e conduzir seu próprio trabalho sem que sofra influência por parte da alta gerência e confiar e respeitar as decisões tomadas pelo Product Owner sobre o produto.
O Scrum não é um “bicho de sete cabeças”, mas é preciso uma mudança cultural por parte da organização e dos envolvidos para a compreenção e adaptação à nova terminologia, para assim, construírem JUNTOS projetos de sucesso.
Fonte: Blog Rafael Amaral / Twitter: @rafaelamaralll