A sua imagem representa, de verdade, você?

Muitos pensam que basta ter um bom currículo, formações em instituições renomadas, fluência em idiomas, várias certificações, amplo networking e pronto: o sucesso está garantido. Seria ótimo se fosse assim, mas infelizmente não funciona desse jeito.

A forma como nos relacionamos, comunicamos, influencia (e muito) a busca pelo sucesso, e, mesmo não falando nem uma palavra sequer estamos nos comunicando: a chamada comunicação não-verbal.

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Uma pesquisa recente da Universidade da Califórnia estudou a influência da imagem do profissional sobre o fator salário. Antigamente, considerava-se imagem apenas a questão de ser (ou não) bonito, porém, nessa pesquisa esse critério foi dividido em: beleza e cuidados pessoais. O resultado confirmou que pessoas consideradas bonitas pelos demais colegas na empresa ganhavam até 40% a mais em seus salários.

Entretanto, aqueles que não eram ditos belos, mas bem cuidados recebiam até 20% a mais nos seus salários. Essa foi a novidade deste estudo: não somente a beleza física podia influenciar no salário, mas também o cuidado pessoal.

Achei intrigante essa pesquisa. Ela considera como cuidado pessoal, basicamente, três aspectos: cabelo, vestuário e maquiagem.

Homens considerados bonitos mas que não tinham uma aparência bem cuidada não despertavam vantagem sobre os ditos não belos, mas que aparentavam bom cuidado pessoal. Já para nós, mulheres, o quesito maquiagem foi apresentado (praticamente) como uma obrigação, tendo em vista que possuímos essa vantagem em relação aos homens. Mulheres maquiadas ganhavam até 18% a mais do que as outras, mesmo se não fossem consideradas bonitas.

Reparem em como é curioso o fato da nossa imagem falar sobre quem somos (ou por quem nos deixamos passar) para a sociedade sem precisarmos falar uma palavra!

Portanto, cuidar da nossa imagem é fundamental para estarmos alinhados com quem somos e com quem nos projetamos no futuro. Esse alinhamento caracteriza a nossa marca pessoal capaz de nos fortalecer ou enfraquecer dependendo de como a construímos e impulsionamos.

Durante todos esses anos, no mundo empresarial, eu reparei que nem sempre o potencial de alguns profissionais que conheci estava alinhado com a imagem que eles transmitiam. Muitos apresentavam uma aparência descuidada, postura retraída, excesso de timidez, desinteresse com o vestuário, pouca vaidade, e, tudo isso, acabava por esconder a tremenda potencialidade técnica que eles tinham. Como consequência, não eram reconhecidos e percebidos por sua identidade real, mas sim interpretados de maneira equivocada (pelo modo errôneo como se mostravam). Ao trabalhar junto com eles e observar o potencial ali escondido (por trás dessa imagem pouco cuidada) eu via que eles tinham ambições e queriam conquistá-las, mas se sentiam tímidos e inseguros em buscar o sucesso desejado.

Então, de forma empática, conversávamos a fim de que eu pudesse, uma vez me colocando em seus lugares, compreender o que os impediam de construir uma imagem que lhes representassem e projetassem o seu futuro (vale registrar um adendo aqui: ninguém muda ninguém, logo, podemos perceber e orientar, se for da vontade do outro, o encontro dessa nova imagem, mas não impor porque não somos senhores soberanos de verdade alguma).

Retomando o objeto deste artigo: a imagem que transmitimos, podendo ser entendida como a nossa marca pessoal, é uma poderosa ferramenta capaz de nos mover em prol daquilo que almejamos.

Portanto, convido você a refletir sobre a mensagem que a sua imagem está transmitindo: ela traduz todo o seu potencial?

Não tenha vergonha de perguntar as pessoas ao seu redor para descobrir essa resposta. O feedback delas é essencial para que saiba verdadeiramente a mensagem que está passando ao invés de inferir a realidade.

Concluindo, deixo a dica para você que deseja criar uma imagem forte: que tal buscar referências de profissionais nos quais se inspire? Estude a trajetória deles, repare em seus comportamentos, na sua aparência, na forma como se expressam e construa uma imagem que traduza – de forma original e poderosa – quem é você e a pessoa que deseja se transformar.

Sucesso!

Carolina Souza

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Psicóloga (CRP 06/203773) e Especialista em Gestão de Projetos (PMP) atua há décadas no mundo empresarial. Certificada CPRE, SFC, ITIL com profunda experiência nas áreas de Engenharia de Requisitos, Análise de Processos e Desenvolvimento de Equipes de Alta Performance. Palestrante. Colunista no PTI desde 2013 sempre colaborando com artigos focados no desenvolvimento profissional dos leitores e gerentes de projetos em início de carreira.

Conecte-se com a autora em seu perfil no Linkedin e continue aprendendo sobre como crescer em sua carreira.


10 Comentários

Luiz Shigunov
1

Excelente texto!
A nossa imagem é a primeira impressão e se for diferente do que queremos passar, complica mesmo.
Gostei da dica sobre os profissionais inspiradores.

Talita Miranda
2

Excelente ! A máxima uma imagem vale mais que mil palavras resume bem isso, a sociedade que vivemos ainda funciona nesta mecânica, então devemos observar estas necessidades e nos adaptar dentro do nosso próprio estilo e jeito.

Adriano Aguiar
3

Concordo que se não nos vestimos de acordo com onque se espera temos menos chances.
Porém passamos 8, 9, 10 horas na empresa no mínimo 3 horas no trânsito.
Creio que o mínimo que o colaborador deve ter é o direito de se vestir da maneira que se sentir bem.
Não temos que nos adaptar a isso, você menciona que a maioria é timida e retraída creio que não será a roupa ou sua aparência que irá mudar essa postura.
Sou plenamente contra a cultura de que no trabalho devemos usar social e sim use o que quiser pois parte da nossa vida é vivida dentro da empresa.
Digo sempre a minha equipe use a roupa que quiser .. pois você será medido por sua performance e não pela sua roupa.

Cícero
4

Adriano, até acho bacana essa liberdade que você promove à sua equipe, porem, concordo com você em partes. Não podemos esquecer que vivemos em uma sociedade praticamente regida pela estética e condição econômica, infelizmente, quer aceitamos ou não, o preconceito ainda permeia nossa existência. Pessoas realmente bonitas, bem vestidas e carismática, dependendo da situação, consegue sim uma vantagem enorme em quase tudo, não apenas na área profissional, lógico que isso não é uma regra, mas é uma realidade.
Acredito que a nossa imagem pode ou não ser importante em determinados casos. Ex:
para aqueles que precisam apresentar produtos à clientes, a imagem deve ser considerada. Já para aquele que produz o produto, a imagem pode não ser tão importante.
Isso foi que aprendi baseado em minhas experiências, e não significa que seja uma verdade absoluta.
Agradeço a oportunidade de aprender com vocês.

stephany
5

Concordo pleanamente com o Adriano! A sociedade prega o que devemos vestir e se não seguirmos isso, ficaremos atrás de outros que seguem.
E a liberdade de ser quem somos? De nos sentir bem conosco mesmo? Então eu não gosto de maquiagem, mas para ter uma maior chance é bom me maquiar? Ou algo do tipo?
O indivíduo fica a maior parte do tempo em uma empresa e para ele se dar bem tem que seguir umas “regrinhas de aparência?” Não concordo.
Acho inclusive, que temos que continuar sendo como somos e seguindo aquilo que nos faz bem. Óbvio que é importante se arrumar, mas se arrumar dentro daquilo que gostamos, que queremos e não o que impõem.
Acho possível a pessoa conquistar o seu espaço e mostrar a que veio sendo que ela é. Talvez, necessite de mais esforço do que necessitaria de outros, mas…vale a pena.

Carolina Souza
8

Olá Adriano,
Obrigada pelo comentário e por enriquecer a nossa conversa com a sua forma de lidar com esse tema em seu time.
Abraços.

Carolina Souza
9

Olá Cícero,
Interessante sua colocação, de fato, para alguém que atue mais na operação talvez a questão da imagem não seja tão marcante assim.
Obrigada por enriquecer nossa troca de experiências.
Abraços.

Carolina Souza
10

Olá Stephany,
Acho fundamental que possamos optar por fazer aquilo que tem sentido para nós, e, se não fizer sentido, o melhor é descartar.
Obrigada pelo comentário.
Abraços.

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