Google Bomb: um paradoxo sobre a criatura e o criador

OK, Googlebomb não é um termo novo para quem curte web, mas acredito que vale um post relacionado ao assunto quando lembramos que o criador (quem permite que a prática se propague) tenha como lema “Don´t be Evil“.

Para aqueles que desconhecem o termo, Google Bombing, trata da(s) ação(ões) de posicionar uma determinada página (ou site) no topo do resultado por determinada busca. Em termos simplistas é fazer com que um determinado link tenha tanta relevância para o Google de forma que este o aponte como o resultado mais provável (melhor?) para a determinada busca.

Consta que a prática iniciou pelos idos de 1999 quando o resultado da busca por “more evil than Satan himself” trazia no topo da busca o site da Microsoft (hoje o resultado é outro, não à toa uma página da CNN relatando sobre o assunto).

Apesar de que há boas sacadas jocosas com o assunto, como “Find Chuck Norris” tendo como resultado principal o site Chuck Norris – Google Search (plágio proposital da página de resultados do Google), o assunto vai para outras veredas quando toma abordagens políticas ou comerciais.

No Brasil temos (bons?) exemplos a respeito, a saber:

  1. Déspota cachaceiro: retorna(va) a página do presidente Lula no governo
  2. Vice de novo: retorna(va) a página do Vasco da Gama
  3. Mulambada: retorn(va) a página do clube do Flamengo
  4. Vergonha nacional: retorna(va) a página do Senado
  5. Maior mentiroso do Brasil: retorna a biografia do Lula na wikipedia.

Uma das variações mais famosas no Brasil trata da expressão “atriz gorda” que quando buscada no Google Imagens sugestionava um resultado digamos ‘mais propício’ para a busca, conforme a imagem abaixo:

Preta Gorda Gil

Preta Gil para o Google

Bem a questão a respeito é: está certo isto? Digo, não cria-se um paradoxo entre “não fazer o mal” e o limite da liberdade de expressão?

Note que há relato de pessoas que já foram presas por executarem a técnica com o intuito de denegrir a imagem de representantes políticos, novamente fica a dúvida: não é um exagero?

Ainda que assim sejam, dúvidas permaneçam, há momentos em que a mobilização passa a ser tratada de forma pública, como o caso do Blog Meira Rocha que em Março de 2008 convocava blogueiros a fomentar a primeira posição para um site hospedado no Google Pages quando se buscava pela palavra “veja”. Hoje, o resultado não passa do quarto lugar, o que por si só já é um bom resultado dado a dimensão da palavra ‘veja’.

O intuito deste post não é o de chegar uma conclusão (seria possível?) mas sim o de acalentar a discussão sobre a liberdade de expressão na web e suas consequências para a sociedade civil – Há um ‘caminho do meio‘ para esta situação?

Cordiais saudações, e, até a próxima!

Marco Aurélio Neuwiem

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Marco Aurélio Neuwiem é brasileiro com cidadania polonesa e tem trabalhado há 15 anos com tecnologia da informação no Brasil. Já foi desenvolvedor, analista, gerente de projetos e vendedor. Atualmente se dedica a projetos de inovação que façam Santa Catarina ser referência em Tecnologia da Informação.

Saiba mais em: http://about.me/neuwiem


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