Por que devemos ser favoráveis à regulamentação do setor de TI?

Durante as últimas eleições presidenciais, levantou-se um intenso debate acerca da regulamentação das profissões de TI, em especial a de desenvolvedor. Essa discussão não é nova, e já se arrasta, pelo menos, desde o fim da década passada.

Temos várias opiniões acaloradas, uma das quais é a de que não precisamos do Governo para selecionar bons profissionais para trabalhar nas empresas. Outros, ainda, acreditam que, com a regulamentação, parte de seus salários será descontada em favor de sindicatos e, por isso, a mesma é automaticamente ruim.

Reduzir uma questão complexa como essa a tal maniqueísmo é, simplesmente, desconhecer a questão e as eventuais vantagens que uma eventual regulamentação – que sequer foi discutida ainda – poderia trazer.

Uma discussão interminável.

Sobre os sindicatos, é necessário explicar que eles não são organizações que apenas “sugam” o dinheiro dos trabalhadores, mas organizações de classe, construídas pelos próprios profissionais. Dependendo do local e da categoria, muitos sindicatos oferecem serviços como assistência jurídica, médica, odontológica, descontos em estabelecimentos, cursos de formação e, muitas vezes, encaminham os jovens profissionais para o primeiro emprego.

A adesão a sindicatos no setor de tecnologia, aliás, está ganhando cada vez mais força em países como os EUA, tidos por muitos como “terra da liberdade”. Basta conferir algumas notícias, como essas:

Além disso, uma eventual regulamentação traria melhores condições de trabalho para todos. Nesta reportagem de 2019, é revelado que alguns desenvolvedores que trabalhavam para uma empresa terceirizada da Apple, responsável por desenvolver algumas funções do Apple Maps, “descreveram um ambiente de trabalho ruim com máquinas de venda insuficientes, longas filas para banheiros masculinos […] e restrições ao uso dos banheiros designados para funcionários em tempo integral da Apple. Para proteger os segredos da Apple, a gerência instruiu os funcionários a entrar no prédio pela porta dos fundos todos os dias e a caminhar vários quarteirões do prédio antes de pedir carona para casa no final do dia” (tradução nossa), sem falar das condições psicológicas.

No Brasil, em especial nas redes sociais, é comum vermos relatos de desenvolvedores acerca de seus problemas emocionais, como burnout, depressão, ansiedade, estresse, entre outras doenças que podem, ou não, ser causadas pelo excesso ou pelas pobres condições de trabalho. Isso, é claro, sem mencionar as famosas empresas que anunciam vagas exigindo qualificações esperadas de um sênior a R$ 1.200,00 ou menos.

Uma eventual regulamentação poderia, enfim, trazer mais fiscalização às empresas de TI, garantindo que os trabalhadores dessa área tenham condições de trabalho adequadas e, eventualmente, um piso salarial, garantindo que nenhum trabalhador ganhará menos do que um determinado valor em local algum do país.

Em relação à exigência de cursos técnicos ou de faculdades, esta é outra discussão que, se aprovada, também será benigna para todos.

É incompreensível a verdadeira aversão que grande parte dos profissionais de desenvolvimento possuem dos ensinos técnico e superior. Não se trata do discurso de “eu não tenho faculdade, pois não tive oportunidade de fazer”, mas sim de pessoas que, mesmo tendo condições, recusam-se a fazer tais cursos, pois não enxergam, neles, valor.

Tais pessoas, porém, não compreendem que um curso superior não é apenas uma repetição de “videoaulas do YouTube“, mas sim uma introdução ao pensamento científico e acadêmico, indispensável para que o indivíduo possa ter uma opinião crítica acerca dos fatos que o rodeiam, evitando repetir discursos de impacto enlatados que são repetidos por “influenciadores” de redes sociais, sem realmente entender o que está em jogo.

Foi-se o tempo em que ser desenvolvedor era sinônimo de status: hoje, grande parte dos profissionais dessa área sofreu um terrível processo de “uberização”, estando subqualificados em um imenso chão de fábrica virtual.

Assim, uma eventual regulamentação das profissões de TI trará melhores condições de trabalho, maior segurança jurídica para a categoria e poderá melhorar o nível técnico dos profissionais da área.

Qual sua opinião sobre o assunto? Deixe seu comentário abaixo 🙂

Leia outras opiniões sobre o assunto “Regulamentação em TI”


20 Comentários

Demian dos Santos
1

A imagem que você colocou é desnecessária e acaba por desqualificar o artigo. A profissão de TI é complexa e torna muito difícil avaliar a capacidade técnica, competência e soft skills dos profissionais. Uma regulamentação só piora a situação, forçando as empresas a serem mais rígidas na contratação, eliminando os menos qualificados que poderiam ter potencial, como os Jr.
Em um mercado onde falta mão de obra qualificada e o salários estão inflados, regulamentar é um tiro no pé do próprio profissional.
Na minha opinião quem busca regulamentação da profissão são profissionais sem capacidade de crescimento e medíocres (não no sentido pejorativo, mas no sentido de médios, medianos). E esses serão pagos conforme a média, uma simples regra de mercado.
O mais interessante é que a falta de profissionais está inflacionando inclusive os salários dos medianos. O que faz com que esse artigo não tenha o menor sentido.

André Machado Autor do Post
3

O que não faz o menor sentido são esses comentários. Lamentavelmente, o Demian e o Fernando ignoraram praticamente todo o conteúdo do texto – em especial a parte em que mostro que a sindicalização não é algo exclusivo do Brasil e já ocorre, por livre iniciativa dos trabalhadores (colaborador é de doer) de vários países, inclusive os EUA, e também os vários casos de péssimas condições de trabalho – e passam a dizer que uma possível regulamentação (que ninguém, ainda, sabe como seria, diga-se de passagem) afastaria o ingresso dos profissionais iniciantes (quando eu disse exatamente o contrário no texto, afirmando que muitos sindicatos e associações auxiliam na inserção no MT) e ainda é afirmado, sem querer, que os salários estão inflados justamente porque faltam profissionais, sem falar na ofensa gratuita de chamar todo mundo de mediocre…

Sinceramente, esperava respostas de nível mais elevados dos articulistas deste site. A impressão que fica é que o conteúdo do artigo, em si, foi ignorado justamente para desviar o foco do mesmo e convencer os iniciantes de que o mercado resolve tudo. Lamentável.

Anônimo
4

Saia do mundo encantado dos sindicatos amigo, seja vc o sindicato. Vc só ouviu uma versão sobre a história do trabalho. Na teoria faz todo o sentido, mas na prática isso nunca fez sentido. E em especial não faz na TI, não dá para controlar o mercado de TI com regulamentação. E sim o mercado resolve tudo, não controle o mercado, no controle do mercado surge a escassez. Que é o que acontece no Brasil, muita burocracia, muita escassez. É simples, não precisa se esforçar, a liberdade é boa para as pessoas e empresas. Menos estado, menos imposto, menos socialismo. Você pode ser de esquerda, mas por favor não seja um socialista, seja um liberal, isso é ser de esquerda de verdade. Essa conversa de sindicalismo é ultrapassada, o que hoje existe é um consenso de colaboração no mundo, todos juntos pelo sucesso da empresa, patrão e empregado. Ninguém é inimigo, e o que nos regula são as pessoas que consomem o que produzimos. Essa conversa sindical só favorece a elite metacapitalista que não quer concorrência.

Anderson
5

Concordo com o texto. Os trabalhadores do setor de TI precisam de coesão e união para evitar que a exploração continue avançando. As condições de trabalho para nosso setor vem piorando a cada ano no mundo inteiro. Concordo também com a formação acadêmica justamente para livrar muita gente da alienação sobre ciência e como fazer ciência, além do simples e puro conhecimento técnico. Isso contribui bastante para analisar a sociedade e os eventos com mais clareza, não caindo em armadilhas falaciosas ou em fake news. O pensamento analítico e crítico é fundamental pra entendermos o mundo que nos cerca e os diversos interesses em manter a situação de exploração do trabalho não só na nossa área de TI como em quase todas as áreas.

Aristóteles Rocha
6

Mano, minha opnião é desfavoravel ao que foi escrito no artigo.

01 – Os sindicatos só se fazemimportantes pq os fazem, não por eles mesmo, mais os outro (tipo o andré Machado) que botam uma importancia e necessidade tão grande que chega a parecer algo indispensavél, a possibilidade de o individuo negociar com o empregador suas condições será sempre melhor que acordos genericos e coletivos; como saber se aquelas pessoas acham que realmente a situação não é humana, tenho certeza que a pessoa que tem escolha vai pra onde é melhor, mais quando só há aquilo?

02 – Usar um caso de uma empresa da PQP pra justificar ua ação aqui no Brasil, um País de proporções continentais, não tem o minimo de cabmento, posso encontrar situações em varios lugares do mundo, justificando a não regulamentação, vc pode pensar em regular qualquer outra área, mais no segmento de tecnologia isso apavora (cypherpunk/libertarios).

03 – Nivelar por baixo,é sempre a escolha mais facil, pra quem é preguiçoso, ter um diploma é bem mais facil do que ser um DEV bom, eu impeço o cara que é bom e não tem um papel colorido pendurado na parede, promovendo o cara que tem um monte de papel pendurado e não é bom em nada, isso acontece muito no serviço publico!!!!

Peço desculpas pelos erro de acentuação, mais minha dislexia não deixa fazer mais que isso não.

Felipe Pereira
7

Acredito que não foi honesta a colocação de que a área de TI está sofrendo uma “uberização”. Faltam 400 mil profissionais no país hoje, muito mais do que formamos anualmente, o que tem levado a muitos migrarem para o setor, sendo que vários dos mais sêniores (pela popularização forçada do remote first) agora tem a opção de ganhar em dólar.
Não obstante conheço pessoas (em SP) que entraram no mercado a 1, 2 anos que tinham sua formação original em cinema ou ciências sociais por exemplo, e que encontraram lugar no mercado mesmo sem cursos formais, nesse período (1/2 anos) simplesmente triplicaram a renda líquida.
A uberização parte da premissa que a relação de trabalho é uma forma de, como colocado, desvalorizar o profissional obter sua entrega sem a contrapartida justa, quando na verdade as pessoas estão migrando para TI exatamente por que a balança nunca esteve tão favorável para o profissional.
As referências apresentadas fazem sentido no mercado americano, mas o Brasil não é um produtor de tecnologia (não fabricamos processadores, sistemas operacionais, tampouco linguagens de programação) somos apenas usuários avançados, trabalhamos no que chamo de “Tecnologia Aplicada” e não o Hard Science propriamente dito.
Nossa pesquisa tecnológica no país é pífia, afinal diferentemente de outras exatas como física ou matemática as maiores evoluções foram impulsionadas pelo mercado e não pela academia, e o gap educacional é tão grande que empresas de educação como Alura nunca lucraram tanto, questionando o próprio status quo das Universidades, sem dizer que houve tanto conteúdo técnico em português publicado.
A academia brasileira (representando nesse caso o estado) tem realmente condições de dizer o que é bom e ruim?
Nesse cenário quem realmente a regulação iria ajudar? O mercado/empresas que precisam preencher 400 mil vagas, as pessoas que querem migrar de área, ou os profissionais que já estão nela?
O recorte do artigo me incomoda e deixa de fora questões cruciais ao tema, porque segue a mesma lógica que a academia nos empurra: que profissionais das exatas são criados para serem funcionários, diferentemente de Medicina e Direito que desde o trote da faculdade são “criados” para serem profissionais liberais e terem múltiplas fontes de renda. Gostaria muito, de ver um artigo nesse sentido. Um abraço.

Joel Almeida Silva
8

AINDA TEM SENTIDO TER CURSO SUPERIOR EM TI ???
Se para ser médico, advogado, enfermeiro, administrador de empresas, engenheiros… enfim, precisam de diploma e um conselho para regulamentar estes profissionais então, o curso superior em TI também deveria seguir o mesmo. Senão não vejo sentido haver curso superior na área de TI.
Hoje qualquer “profissional graduado de outra área” que quiser migrar para área de TI é só conseguir certificados ou ser autodidata e pronto, já é um profissional de TI. Então se é assim, os profissionais de TI com diploma poderiam fazer o mesmo e atuar como médico, advogado, engenheiro…VAMOS GENERALIZAR…quem tem algum curso superior pode atuar na área que quiser que está tudo liberado, virou festa!!! Imagina se essa palhaçada toda fosse na área de medicina? Vamos fazer um cursinho de 3 meses no Youtube, montar consultórios e sair atendendo todo mundo que virou festa!!! Ahhh, me poupem!!!
Vai você ser autodidata e aprender medicina na internet, montar um consultório sair por aí atendendo pra ver se você não é preso!!!
Por ventura há no Youtube cursinhos de Medicina? Direito? Odontologia? Não né? Mas da área de TI tem aos montes pra qualquer picareta fazer!!!! Deveria proibir por lei esse tipo de conteúdo!!! Quer aprender computação vai fazer faculdade assim como de qualquer outro curso!!!!! Senão pra que ter curso superior de computação se virou palhaçada!!!! Coitado de quem perde tempo em se formar porquê de que adianta?
Precisa sim haver uma regulamentação urgente, e proibir a interferência de “profissionais graduados arrependidos de sua formação” que querem migrar para TI achando que é só fazer cursinhos no Youtube que são profissionais! E o pior, os picaretas sem graduação alguma que se acham profissionais de TI só porque aprendeu no Youtube!
Cada profissional na sua área!!! Se quiser ser um profissional na área de TI vai estudar, fazer uma faculdade e tirar diploma como qualquer de outra área e pronto!!!
Deveria sim POR LEI proibirem o ingresso de pessoas “sem graduação em TI” nas empresas, instituições e etc!!! Deveria sim denunciar estes oportunistas pois estes oportunistas estão acabando com a área de TI e tirando oportunidades de muitos recém-formados e até mesmo dos já consolidados porque estes oportunistas estão lá ocupando a vaga de quem é da área!!!
Não faz sentido se formar nesta área se continuar assim!!! Se as empresas buscam profissionais qualificados deveria POR LEI contratem quem é formado e os qualifiquem para suprir suas necessidades e pagarem um salário digno!
Por que a demanda dos profissionais de TI está grande falta profissionais? Por que muitas das empresas exigem requisitos absurdos que nem o Albert Einstein consegue ser qualificado para a vaga? Por que muitas das vezes as empresas oferecem salários altos e outras miseráveis? A resposta é simples: Justamente por falta de regulamentação da área, incentivo para constante qualificação e respeito com a dignidade do profissional que ralou para se formar e ter oportunidades que virou uma verdadeira palhaçada!

Rafael Schenod
9

Primeiramente trabalhe em uma entidade qualquer que regulamenta a profissão e depois opine.

Motivo porque entidades não deveriam existir:

– cabide de emprego e corporativismo, é nego não fazendo nada ganhando salários acima dos 15 mil reais. Diretores dos conselhos mandando e desmandando, dando regalias a quem faz parte da diretoria.

– Seu argumento de segurança jurídica cai por terra, pois essas entidades tem poder apenas na esfera administrativa, ou seja, se a empresa causar algum prejuízo ao trabalhador ou a qualquer cliente, responderá de forma administrativa pagando multa baseado em anuidades. Imagina tu sendo lesado por uma empresa e ela pagando 3 anuidades ao conselho. E você? Quer resolver, corre pra justiça comum, depois de perder o tempo de análise do conselho regional, federal de ti.

– Existem pessoas que não tem um curso técnico e dão aulas em professores de universidades, em questão de competência e didática. Vem falar que tu nunca conheceu alguém nesse nível?

– pagamento de anuidades, independente de exercer a profissão ou não.

– eleições a cada 4 anos na qual o diretor atual acaba se perpetuando no poder, existem conselhos que a diretoria não muda a mais de 20 anos! Não é porque não tem concorrentes, mas sim porque a diretoria acaba impugnando a candidatura de novas chapas.

– diárias, jetons, auxílios e muita coisa para cada membro diretor da chapa formada.

Eu poderia estar aqui mencionando todos os podres existentes é porque querem montar um conselho pra nossa área, mas o cara que acha que é ótimo a criação, fala com prioridade a necessidade do conselho ser o dono da razão.

Conselho nenhum e o que dizem ser, só ver quem trabalha em algum a quantidade de processos trabalhistas por n motivos.

Tenho duas graduações na área completa e quem é contra, tem seus motivos.

Cesar
10

Meu comentário é o seguinte.
Se eu não ameaça-se levar o sindicato no ministério publico, o mesmo estava a mais de 2 anos apenas pegando meu dinheiro sem cobrar as devidas condições exigidas pelos profissionais.
Sindicato é uma praga que tira a liberdade entre patrão e funcionário de negociar melhores condições, e, acaba criando “prostituição” na nossa área de atuação.

Arthur_knd21
11

Sobre o sindicato ok , porem a aderência a um sindicato deve ser por espontânea vontade do trabalhador não deve ser obrigatória , sobre piso salaria vejo como prejudicial pois definir um valor de um produto ou serviço se chama CONGELAMENTO DE PREÇOS e isso nao é bom , nem para quem quer o emprego e nem para quem esta empregando , se vc poe um piso salarial vai atrapalhar a entrada de novatos na area de tem 0 experiencia e pouco conhecimento tecnico real . Sobre o novel superior ou tecnico para entrar na area é bem simples : se o empresario quer contratar um cara que nao tem diploma ou que ainda esta estudando , qual o problema ? nao vejo nenhum , aliais eu sou um exemplo , fui contratado no 2 periodo da faculdade como Junior , com a regulaçao provavelmnete eu so teria a chance apos 5 anos de faculdade. Enfim melhor deixar brasilia bem quetinho no lugar dela e nao interferir.

Lucas
12

Caro André, você pode olhar como a regulamentação afetou as outras áreas quando foi implantada e chegará na conclusão que não foi de forma positiva.
O argumento de que em outros países está ocorrendo esse movimento, para mim, é non-sense.
Vamos aguardar poucos anos após esses países de fato concluírem a regulamentação e provavelmente teremos notícias de que os profissionais se arrependeram.

Daniel Sant´ana
13

O problema da classe de TI é justamente a desunião, e isso se confere na maioria dos comentários daqui.
Regulamentação de qualquer profissão só traz benefícios e padrões que as empresas terão de seguir. Faço exemplo, empresas de suporte na qual o técnico além de prestar oq lhe compete, acaba fazendo serviços “extras” como compras, rh, limpeza etc.

Veja a disparidade salarial entre cada estado, cidade etc.
Aqui no Rio, devido a essa desregulamentação, técnicos de TI, são contratados como Operador de Computador, ganhando 1380 reais.
A carga de serviços que o profissional precisa saber é muito além de um simples operador.

Concordo com cada palavra da matéria e lamento muito o fato de ter de conviver com pessoas assim.

John Michael
14

Valorizar diplomas em detrimento de conhecimento é uma loucura, os melhores profissionais tem um tendencia muito grande em não fazer faculdade, até porque já é provado no mundo todo que graduações nessa area são totalmente irrelevante. Os sindicatos deviam estar defendendo o trabalhador, não proibindo eles de trabalhar, o sindicato deveria ser o primeiro a ser contra esse absurdo.

Natane
15

Sobre as condições de trabalho, em que as empresas driblam as leis para nos sucatear, acredito que regulamentação não vai fazer diferença: as empresas vão nos driblar, nos contratando com outros nomes (assim como fazem com os engenheiros contratados como analistas) ou dando outros “jeitinhos”.
Acho TI uma área impossível de fiscalizar. Como saber se cada pessoa que mexe com computador está ou não desenvolvendo como profissional de TI? Como um fiscal vai dizer: “Essa pessoa está mexendo com TI, então vou multá-la” visto que há muitas atividades que se confundem com TI? Fiscalizar o software em busca de seus autores para ver se cada trecho de código foi feito por um profissional regulamentado é impossível. Burocracia à toa.
Diferente de um trabalho de engenharia, medicina ou outras em que é preciso atestar a segurança do trabalho por meio de um profissional qualificado, software pode ser testado de diversas formas até ficar seguro, com qualidade, etc, independente de quem fez.

Zeca Albuquerque
16

Sendo bem sincero, amigo, você é corajoso em defender esse ponto de vista em um meio comprovadamente bolsonarista. Se regulamentação não fosse bom para os profissionais, não teríamos as profissões mais aclamadas do Mercado (Médico, Advogado etc) regulamentadas e com critérios sérios a serem alcançados, além, é claro do próprio curso do ensino superior.

Não adianta pedir isso ao público de TI que, apesar de se acharem (coitados) os suprassumos da moda Nerd e do “conhecimento de ponta”, são, em sua maioria, pobres coitados que aprenderam a encaixar as peças de lego das linguagens de programação. Esse coitados, muitos vistos nestes comentários, não saberiam, sequer, limpar suas próprias máquinas, não são capazes de conhecer a fundo outro ambiente que não seja a sua linguagem preferida. Não adianta querer meter leis de trabalho, sindicalismo, filosofia, entre várias outras habilidades que não sejam seu brinquedo de trabalho que eles não iram entender.

O texto é válido e preciso, pois nossa profissão, apesar de não parecer, merecia sim ser regulamentada por vários fatores:
1 – Evitar a uberização;
2 – Valorizar o trabalhador;
3 – Termos voz perante a sociedade;
4 – Melhores qualidade de trabalho mediante vistoriais autorizadas;
5 – Trabalhadores organizados em classe.

Parabéns por sua coragem em publicar algo essencial em um meio tão ácido.

Beto
17

Vish, não valeu.
A última regularização do setor deixou o país 15 anos atrasado no mercado de TI na década de 80/90.
Já basta de ficar ter que ficar pagando carro novo pra sindicalista todo ano.

O lado bom disso é que a galera ia tomar vergonha e ir buscar emprego na gringa de uma vez.

Wesley Costa
18

Olá André, parabéns pelo excelente trabalho. Eu particularmente vejo que a regulamentação dos profissionais da área de tecnologia para o Brasil poderá trazer diversos benefícios, entre eles:
1. Padronização dos conhecimentos e habilidades necessários para o exercício da profissão, garantindo que os profissionais estejam preparados para as demandas do mercado.
2. Valorização da profissão, o que pode aumentar a remuneração e as oportunidades de trabalho.
3. Melhoria da qualidade dos serviços prestados, uma vez que os profissionais regulamentados serão obrigados a seguir normas e padrões estabelecidos.
4. Aumento da confiança do público na atuação dos profissionais, já que estes passam por uma avaliação e certificação antes de serem habilitados a exercer a profissão.
5. Fortalecimento da indústria de tecnologia no Brasil, já que os profissionais regulamentados contribuirão para o desenvolvimento de soluções e inovações.
6. Proteção dos consumidores, já que os profissionais regulamentados serão responsáveis por garantir a qualidade dos serviços prestados, e em caso de problemas, haverá mecanismos de denúncia e punição.
7. Maior segurança no exercício da profissão, já que os profissionais regulamentados terão acesso a informações e recursos para se protegerem contra riscos legais e éticos.
8. Oportunidade para os profissionais se atualizarem constantemente, para se manterem atualizados com as últimas tendências e evoluções tecnológicas.
9. Possibilidade de profissionais atuarem em outros países, já que as regulamentações podem incluir acordos internacionais de reconhecimento de profissionais.
10. Fortalecimento da competitividade do país no cenário global, já que a regulamentação de profissionais de tecnologia pode contribuir para a criação de soluções inovadoras e para aumento da eficiência dos processos.

Infelizmente as mentes pequenas pensam apenas em taxas de sindicatos e etc, mas a regulamentação é muito maior do que isso, se parar para pensar, vocês conseguem imaginar a área de saúde sem regulamentação? eu não consigo. A área tecnológica é igual. Estamos à mercer de regras diferentes propostas por cada pessoa ou grupo. O mesmo serviço poderá ser cotado por um valor ou até 1000 vezes esse mesmo valor. As garantias? não existem, nem para o consumidor e muito menos para o profissional de tecnologia envolvido. Precisamos de mudanças significativas.

Andre
19

Resumindo: quem defende a regulamentação acredita que o estado é o tutor de todos nós.
Quem é contra acredita na livre iniciativa e se nega a compactuar com essas iniciativas dos inseguros e invejosos que não podem ver alguém sendo bem sucedido que querem taxar ou regular.
Você já viu a cena na escola ou faculdade? Os verdadeiros individualistas, que apontam o dedo pros colegas pra ferra-los (contando mentiras e fazendo mediazinha com prof) em vez de se preocuparem em serem bons no que fazem em colaborar com o próximo? (Não estou falando de cola, nem trapaça, mas de verdadeira colaboração).
Sou formado em Ciências Biológicas, tenho MBA em Gestão Empresarial, experiência no exterior com gestão, e nunca me senti tão bem e tão cercado de pessoas realmente colaboradoras como agora que me tornei Desenvolvedor de Software, e lido com desenvolvedores com diferentes backgrounds trabalhando remotamente pra empresas ao redor do mundo.
Liberdade acima de tudo, camaradas. Se querem
escravidão, busquem-na pra vocês, e não para os outros.
Não venham querer furar a bola porque se acham bons demais e ganham menos do que outros mais capazes que vocês, mesmo sem terem graduação na área.

Álvaro
20

O número de profissionais de ti ficando doente está crescendo no mundo.
Eu acho que tem que regulamentar pra garantir benefícios e proteção ao profissional, garantindo salário justo pra cada tipo de ti (técnico, programador, engenheiro, etc.), porém, mantendo a liberdade das empresas de contratarem quem quiser (formado ou não)

Deixe seu comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos com * são obrigatórios!