Práticas ágeis são o caminho para a qualidade de software?

Albert Einstein
Albert Einstein

Nossa área de desenvolvimento de software é muito nova, e como consequência disso, ainda estamos aprendendo quais são as técnicas que funcionam e quais só atrapalham o dia-a-dia dos nossos projetos. É dever de todo profissional da área buscar meios para melhorar o nosso objetivo principal: Construir softwares que atendam aos clientes, aos usuários e às equipes de desenvolvimento.

Práticas ágeis são um meio e não um fim, não deve-se utilizar as técnias se não é evidente quais problemas elas tentam resolver, usar por usar não melhora em nada o resultado final do seu projeto. Você só deve usar essas práticas se realmente entender porquê elas são necessárias, e não porquê estão na moda.

Vamos observar os benefícios de algumas técnicas utilizadas no meio ágil:

Com TDD o programador cria o hábito de planejar suas tarefas antes de executá-las, isso se deve ao fato de que nessa técnica você começa pela elaboração de uma lista de testes para o artefato que será desenvolvido, e só depois começa a codificá-lo. Outro benefício do TDD é que o programador deve usar o seu código antes de implementá-lo, apesar de parecer estranho é uma quebra de paradigma excelente começar a codificação pelo teste e tomar as decisões de design do código antes de implementá-lo, isso reduz o retrabalho pois o programador percebe no início da codificação como ficará seu código ao final dela.

Muitos gestores ainda não acreditam nos benefícios da programação em par, sendo um dos motivos a sensação de perda de produtividade quando dois programadores são alocados para a mesma tarefa, essa sensação é falsa, pois existem uma série de fatores que devem ser levados em consideração quando falamos de produtividade. O ritmo de desenvolvimento da dupla é garantido pela falta de distrações que um programador sozinho teria, dificilmente durante o desenvolvimento em par o “piloto” irá desviar do foco. Outro benefício da programação em par é a revisão que o “co-piloto” faz observando a codificação do piloto, muitos problemas podem ser identificados em tempo de codificação. A comunicação constante entre os programadores faz com que cada decisão seja mais bem pensada, e ainda traz um grande benefício: Dois membros da equipe vão conhecer aquele trecho do código, isso é essencial para contornar problemas de comunicação e troca de membros da equipe durante o desenvolvimento dos projetos. A programação em par protege o investimento do projeto pois reduz a taxa de retrabalho da equipe e gera um código de qualidade superior, afinal, duas cabeças pensam melhor do que uma.

Desenvolver um software de forma iterativa e incremental traz uma série de benefícios, porém, também traz uma série de problemas. Desenvolver software em ciclos de tempo fechados faz com que cada minuto seja precioso, por isso, vários impedimentos são identificados ao longo do desenvolvimento e resolvidos a medida que as entregas são realizadas no final de cada ciclo. Como o desenvolvimento acontece em ciclos, a equipe de desenvolvimento pode aprender com os problemas enfrentados no ciclo anterior, isso permite que o processo de cada equipe possa ser melhorado continuamente, e essas melhorias sempre atacam um grande impedimento do clico anterior, ou seja, não são apenas melhorias por melhorias. Processos iterativos e incrementais também auxiliam a contornar o grande vilão dos projetos de software que é a mudânça de escopo, caso o cliente descubra uma nova necessidade a mesma poderá ser implementada no próximo ciclo, já que o ciclo em desenvolvimento não deve ter seu objetivo alterado. Caso a necessidade do cliente mude (ou melhor, quando a necessidade do cliente mudar) e o ciclo desenvolvido não for mais necessário, o cliente só “perde” aquele ciclo, ou seja, o custo da alteração de escopo fica sendo o custo do desenvolvimento do novo ciclo. Outra característica interessante é que nessa forma de desenvolvimento os feedbacks dos usuários chegam muito mais cedo do que no modelo tradicional, já que no final do ciclo a equipe entrega um parte funcional do software, e já que o software entra em produção mais cedo o cliente também começa a usufruir dos benefícios do sistema mais cedo.

As técnicas ágeis são um meio para solucionar alguns dos problemas mais comuns dos ambientes de desenvolvimento como conhecemos (falta de comunicação, retrabalho, escopos rígidos, custos altos, falta de testes, etc.), elas propõem uma nova forma de trabalho, que tem se mostrado muito eficiente para equipes com o perfil adequado. Essas técnicas influenciam positivamente em todas as vertentes de avaliação da qualidade de um software desde que sejam aplicadas de forma correta.

Quer saber mais sobre as técnicas citadas? Seguem algumas referências:

Sobre TDD:

Sobre Programação em Par:

Sobre desenvolvimento iterativo e incremental:

Qual a sua experiência sobre as técnicas ágeis? Você acha que elas são o caminho para aumentarmos a qualidade dos softwares que desenvolvemos?

Aguardo feedbacks!

Texto originalmente publicado em www.heroisdati.com.


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