Quando a rede 5G chega à minha cidade?

A rede já funciona em algumas cidades brasileiras, mas o cronograma de implantação sofreu vários atrasos. Previsão é que o 5G chegue a todo o país apenas em 2029.

Já há alguns anos o Brasil se prepara para colocar em operação a tecnologia 5G, que proporciona conexão com a internet mais estável e até 100 vezes mais rápida. No primeiro semestre deste ano, as redes 5G começaram a funcionar em algumas capitais.

No entanto, ainda falta muito para que a tecnologia esteja disponível em todo o país — e até mesmo regiões economicamente importantes terão que esperar.

Em alguns locais, a previsão é que a chegada do 5G aconteça apenas em 2029. Se você mora ou frequenta uma área que ainda não está coberta pela rede, confira neste artigo quando o 5G chega à sua cidade e entenda por que isso ainda pode demorar.

Mas antes de explicar quando o 5G chega, vamos relembrar o que é 5G

O 5G é a quinta (e mais recente) geração da tecnologia de internet móvel, que representa um importante avanço em relação às redes 4G usadas atualmente. Com a tecnologia 5G, a conexão com a internet deve ficar até 100 vezes mais rápida, além de mais estável e com menor latência (delay).

Esses fatores melhoram a experiência do usuário que navega na internet, mas também ampliam a possibilidade de conectar novos dispositivos à rede.

Outra novidade é a eficiência energética: a tecnologia 5G promete consumir menos energia dos dispositivos, o que também a torna mais sustentável do ponto de vista ambiental.

Assim, espera-se que a chegada do 5G tenha um papel muito importante no desenvolvimento da “internet das coisas”, levando à  popularização dos aparelhos “inteligentes” e da automação na indústria, no comércio e em serviços. Dessa forma, o 5G pode viabilizar tecnologias como a dos carros autônomos, por exemplo.

Também são esperados avanços em conceitos como realidade virtual e realidade aumentada, que poderão contar com uma conexão à internet mais robusta.

Para usar a rede 5G, no entanto, é preciso comprar dispositivos (como celulares) que já sejam compatíveis com a tecnologia — o que ainda não é acessível para boa parte da população.

Como está a operação do 5G no Brasil?

O 5G estreou no Brasil em 6 de julho deste ano, quando empresas de telefonia colocaram a tecnologia em operação em Brasília. A rede chegou a todas as capitais no início de outubro, mas, na maioria das vezes, cobrindo apenas algumas regiões das cidades. Já a expansão para municípios médios e pequenos ainda deve demorar.

Vale lembrar que a implementação do 5G sofreu diversos atrasos. A inauguração em todas as capitais, que só aconteceu em outubro, estava prevista para julho.

O próprio leilão que concedeu frequências às empresas de telefonia, permitindo o início das operações, também atrasou. Inicialmente previsto para o primeiro semestre de 2020, só ocorreu em novembro de 2021, já que os trâmites para elaboração do edital se arrastaram durante meses.

No leilão, a Anatel definiu uma série de exigências para as operadoras. Entre elas, há os prazos para implantação da rede 5G e metas para ampliação do número de antenas, que expandem a área de cobertura em um mesmo município.

Confira o cronograma e saiba quando o 5G chega na sua cidade.

  • Até 31/07/2023: ampliar a quantidade de antenas nas capitais (no mínimo 1 antena para cada 50 mil habitantes);
  • Até 31/07/2024: ampliar a quantidade de antenas nas capitais (no mínimo 1 antena para cada 30 mil habitantes);
  • Até 31/07/2025: ampliar a quantidade de antenas nas capitais e atender os municípios com mais de 500 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 10 mil habitantes);
  • Até 31/07/2026: atender os municípios com mais de 200 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes);
  • Até 31/07/2027: atender os municípios com mais de 100 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes);
  • Até 31/07/2028: atender 50% dos municípios com mas de 30 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes);
  • Até 31/07/2029: atender 100% dos municípios com população igual ou superior a 30 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes);
  • Até 31/12/2030: Atender 1.700 localidades não sede (distritos de municípios) com o 5G.

É importante ressaltar que esses são os prazos-limite. Ou seja: a implantação do 5G tem que ocorrer até essas datas, mas pode acontecer antes. Também cabe destacar que cidades pequenas, mas vizinhas a grandes centros, podem ser beneficiadas mais cedo.

Mas por que a chegada do 5G pode demorar tanto?

Para além dos entraves burocráticos que atrasaram o leilão do 5G, a disseminação da tecnologia também esbarra em dificuldades técnicas. Para que a rede possa funcionar, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) precisa liberar as frequências eletromagnéticas usadas para o 5G e concedidas às operadoras. O problema é que, atualmente, essas mesmas frequências são usadas para outros fins, como a transmissão de sinal de TV para antenas parabólicas, por exemplo. Liberá-las significa remanejar uma série de outros sinais, o que precisa ser bem planejado para não interromper serviços de comunicação importantes.

Outro problema é a instalação de antenas para fazer o 5G chegar a todos os lugares. Para proporcionar maior velocidade de conexão, a tecnologia utiliza ondas eletromagnéticas mais curtas que as usadas no 4G. A desvantagem é que tais ondas só conseguem “viajar” por distâncias menores, ou seja, cobrem uma área geográfica menor.

Por essa razão, é preciso instalar mais antenas de telefonia, mais próximas umas das outras. Isso significa uma grande e custosa obra de infraestrutura, que também pode levar anos.

Para especialistas, considerando todos os fatores citados, o 5G só deve ter presença mais ampla no Brasil, começando a oferecer benefícios, num prazo de dois a quatro anos.

Isso, é claro, sem esquecer que algumas localidades ainda terão que esperar mais sete anos para desfrutar da tecnologia.

Redação PTI

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