Quando o projeto dá sinais de fracasso

Quem nunca vivenciou um projeto que acabou mal? Acho que todos nós passamos por isso em algum momento de nossas carreiras.

Mas, você parou para pensar nas “coincidências” entre essas situações de fracasso? Eu tenho o hábito de analisar as situações e nesses casos não seria diferente. Então, hoje vou compartilhar algumas dessas “coincidências” para que vocês possam reparar na realidade de seus projetos e providenciarem ações que diminuam os riscos de fracasso.

plano-projeto-cronograma

1. Kick-off  informal

O projeto começa “do nada”, assim, simplesmente você fica sabendo que a fatura começou a ser paga e o fornecedor está recebendo sem ao menos falar o que está produzindo com você (o cliente).

Então, você se pergunta: “Quando aconteceu o kick-off mesmo?” e percebe que foi em uma dessas intermináveis reuniões onde muito se é dito e quase nada definido e menos ainda documentado.

2. Escopo, quem viu?

O meu queridinho de todos os templates que as boas práticas de gerenciamento de projetos recomenda, a do PMI, o TAP [Termo de Abertura de Projeto] não foi elaborado, muito menos revisado, analisado e o que dirá aprovado.

O escopo? Está dissipado na imaginação entre as partes interessadas do projetos. Reze para que todos pensem igual.

3. E o NÃO-Escopo?

Esse então ninguém nunca ouviu falar. E quando perguntamos ouvimos: “é tudo aquilo que não está no escopo” – como se existisse escopo definido. Oh My God!

4. Cronograma? Prazos? Tarefas?

Pense comigo, não deveríamos nem nos surpreender, mas, pelo menos eu, não consigo me acostumar: se não tenho TAP, Escopo, Não-Escopo como teria cronograma!? Tarefas para fazer o quê, afinal de contas?

Esse é o indício principal de que as chances de fracasso são grandes. Se você não tem logo ao iniciar qualquer projeto um cronograma, seja lá qual for o tamanho dele, pode acreditar que isso é uma bandeira vermelha com piscas-piscas reluzentes alertando para o perigo de que há algo de muito errado na sua gestão do projeto.

5. Matriz de Responsabilidade, para quê?

Não há escopo, nem atividade, nem tarefa, muito menos prazo. Então, você acha que haveria um registro de responsabilidade para ilustrar claramente que alguém não está cumprindo com o que é esperado!? Claro que não.

E assim menos um documento importante para apoiar na boa gestão do projeto caí no esquecimento.


Concluindo, separei aqui apenas as mais recorrentes características que ao longo da minha trajetória percebi em todos os projetos fracassados que conheci.

Não estamos falando de burocratização, nem discutindo se seguir boas práticas não ágeis é (ou não) o melhor caminho. Eu, particularmente, acho que podemos seguir a filosofia que melhor se adequar às necessidades do projeto em questão. O que importa mesmo é fazer corretamente e o mais ágil possível.

A grande questão aqui retratada é saber que N-E-N-H-U-M projeto deve ser iniciado sem ter claramente definido seu escopo, não-escopo, seus produtos, suas atividades/tarefas e os responsáveis por cada ação importante em seu ciclo de vida. E o começo de um projeto não pode ocorrer “de boca”, precisa ser formalmente iniciado, onde, minimamente, o Dono, Gestor e Equipe do projeto estejam cientes e alinhados.

Portanto, não seguir esse caminho é arriscar além da conta.

Preste atenção aos sinais do seu projeto. Se detectar algum grande risco avise ao seu Gerente, documente esse aviso, não se omita e nem opte por pagar para ver, não vale a pena.

Boa sorte!

Carolina Souza

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Psicóloga e Especialista em Gestão de Projetos (PMP) com mais de 15 anos de vivência no mundo empresarial. Ajudo pessoas a evoluírem em suas carreiras desde 2016 com meu serviço de mentoria personalizado. Compartilhar o meu conhecimento para que outras pessoas também sejam felizes em seus trabalhos traz sentido para os meus dias. Conecte-se comigo no Linkedin e vamos aprender juntos.


2 Comentários

Andre Barbosa
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Nossa estou vendo uma materia de gerenciamento de projetos, e fico abismado em ver que as pessoas começam projetos da forma que dita neste artigo, não consigo imaginar como um projeto pode existir se não tiver um cronograma definido ou um escopo.

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