Quem disse que rotina é algo ruim?

Acredito que um dos maiores mitos da atualidade é de que a rotina é algo necessariamente ruim. E não é para menos, afinal, quem nunca ouviu coisas do tipo: “Fuja da rotina”, “Não deixe sua vida cair na rotina”, etc? Eu sei que eu ouvi isso a vida toda e eu também sempre acreditei que fosse verdade. Mas então eu descobri que isso não é necessariamente verdade e neste artigo tentarei te convencer disso contando minha experiência.

Há pouco tempo atrás, comecei a ficar bastante incomodado com a quantidade de coisas que eu queria fazer e as coisas que eu realmente conseguia realizar. Tanto no trabalho quanto na vida pessoal. Não era por falta de vontade, eu sempre tive disposição para fazer as coisas, mas por algo motivo eu não conseguia terminar os projetos e trabalhos, ou então, quando conseguia, era em um ritmo bem mais lento que o esperado. Eram muitas tarefas, muitas coisas para fazer e conciliar.

Relação de coisas que gostaria de fazer x coisas que conseguia fazer

Relação de coisas que gostaria de fazer x coisas que conseguia fazer

Para sair dessa situação, tentei muitas coisas baseadas em artigos que li em revistas e na internet. Usei ferramentas de produtividade, criei sistemas de notificação para tarefas, usei agendas e calendários… mas individualmente nada disso me ajudou muito. Foi então que certo dia caiu a ficha de que o que eu precisava era disciplina. Reparei nos meus hábitos e me dei conta de que na hora de começar a colocar a mão na massa, era sempre tanta coisa pra fazer, que eu não sabia nem por onde começar. O resultado era literalmente não ter resultado. As coisas não saíam do lugar.

Foi aí que enxerguei uma luz no túnel. Para conseguir fazer tudo o que eu tinha planejado, comecei a dividir o meu dia em etapas e as etapas em sub-etapas. A princípio dividi em manhã, tarde e noite.

Etapas e sub-etapas

Etapas e sub-etapas

Peguei todas as tarefas do dia-a-dia e comecei a encaixá-las nessas etapas com horários para cada uma. Uma vez dividido, foi hora de seguir o plano à risca. Admito que no começo foi bem difícil, mas com o tempo as coisas enfim começaram a andar nos trilhos. No trabalho, reparei que comecei a lidar melhor com as responsabilidades e tarefas, pois tinha conseguido estruturar o meu tempo em uma espécie de roteiro, como por exemplo:

  • 8:00 – Verificar a caixa de e-mails
  • 8:30 – Verificar status dos clientes
  • 10:00 – Verificar status do sprint da equipe
  • … e assim por diante

Fora do trabalho não foi diferente, meu dia continuava bem estruturado:

  • 16:00 – Sair do trabalho e ir pra casa
  • 16:40 – Tomar um banho e descansar por 1 hora
  • 18:00 – Comer
  • 19:00 – Continuar estudos (videoaula/livro)
  • 20:00 – Responder e-mails
  • 20:30 – Continuar projeto X
  • 22:00 – Fazer leitura
  • … e assim por diante

Continuei seguindo esta rotina e os resultados começaram a aparecer. Não se engane, cada dia continuava bastante puxado e cansativo, mas ao final dele eu finalmente conseguia deitar na cama satisfeito com o que tinha feito.

Como não sou de ferro e a rotina estabelecida era bem cansativa, criei uma regra de ouro: Fugir da rotina aos finais de semana. Sábado e Domingo eram os únicos dias onde eu não me preocupava em realizar nada, minha missão tinha sido cumprida naquela semana.

Posso te dizer que isso funciona até hoje porque se não fosse a rotina, este artigo nem existiria. Você só está lendo isso porque reservei um tempo diário para me dedicar a escrever. É um processo bastante produtivo.

A mensagem que eu quero deixar é de que a rotina não é algo ruim, desde que planejada em seu benefício próprio. Não largue mão dos seus sonhos e objetivos por “não ter tempo” ou “ter muitas responsabilidades”. Você é capaz de realizar tudo, desde que tenha paciência, disposição e saiba respeitar os seus limites físicos e mentais.

Vai por mim, você dá conta.

Diego Martins de Pinho

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Bacharel em Ciência da Computação pela PUC SP e MBA em Gestão da Tecnologia da Informação pela FIAP. Me interesso muito não somente por tecnologia, mas também por inovação e empreendedorismo. Trabalho com programação desde 2013 e sou autor do livro ECMAScript 6 - Entre de cabeça no futuro do JavaScript.


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