Você sabe como se joga xadrez?

Olá leitores, seguem minhas considerações sobre o jogo de xadrez.

Todo jogo possui regras básicas para poder divertir, no xadrez ou nas empresas existe um conjunto de leis e regras a seguir que governam a prática do jogo mercadológico. Assim como as origens do xadrez não são claras, ao atuarmos dentro de uma empresa também não sabemos como as peças movem, às vezes até imaginamos saber, mas quando pensamos entender a movimentação das peças surgem jogadas não planejadas que nos surpreendem.

A única certeza existente é que as regras continuam mudando para deixar o jogo mais dinâmico. Regras estas, que mudam de lugar (empresa) para lugar (empresa), devido a várias jogadas (no ambiente interno: líderes com interesses pessoais ao invés de interesse coletivo; mudanças externas: mudanças impostas pelo governo ou rivais, etc).

Na verdade existem muitas jogadas, e é nosso trabalho aprendermos com a experiência e saber antecipá-las para não sermos mais um peão caído no tabuleiro.

O xadrez é um jogo de empresas em um tabuleiro globalizado, composto de peças (pessoas capacitadas) distribuídas entre seus rivais (concorrentes). Cada peça (pessoa) possui sua finalidade e regras distintas para se movimentar. No xadrez o objetivo principal do jogo é dar o xeque-mate, ou seja, apertar o concorrente, pressionar a marca ou “Rei” rival até capturá-lo neste mercado competitivo ou exterminá-lo. Mas necessariamente o jogo não se encerra com o xeque-mate – pois os rivais podem pedir para sair caso acreditem que vão perder. Além disso, neste jogo competitivo entre as empresa existe algumas formas do jogo terminar de uma maneira lucrativa, ou seja, como diria o Zagallo um empate “sempre é um bom resultado”, pois pode ser observado como uma parceria. Uma parceria significa um jogo de ganha-ganha ou trabalho coletivo onde ambos saem lucrando e ninguém sai exterminado do jogo, ou seja, do mercado.

Mas se todos ganham quem perde?

No xadrez sabemos que, segundo a Wikipédia: “Além do movimento básico das peças, as regras também governam o equipamento usado, o controle de tempo, a conduta e ética dos jogadores, acomodações para jogadores com necessidades especiais, o registro dos lances usando notação de xadrez, bem como procedimentos para lidar com irregularidades que porventura ocorram durante uma partida”.
O xadrez é um jogo estratégico onde cada jogada deve ser avaliada com calma e se for mal planejada pode gerar complicações, desta forma todas as empresas possuem formas diferentes de jogar, por esta razão torna-se importante conhecer mais sobre cultura organizacional.

Segundo Fleury e Fischer (1996), duas respeitadas estudiosas sobre o tema, definem cultura organizacional com uma dimensão política:

“A cultura organizacional é concebida como um conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto agem como elemento de comunicação e consenso, como ocultam e instrumentalizam as relações de dominação”. (FLEURY e FISCHER, 1996, p.22)

Desta maneira vale seguir a recomendação de Durham quando ele recomenda que:

“É importante investigar de que modo grupos, categorias ou segmentos sociais constroem e utilizam um referencial simbólico, que lhes permite definir seus interesses específicos, construir uma identidade coletiva, identificar inimigos e aliados, marcando as diferenças em relação a uns e dissimulando-as em relação a outros.” (DURHAM, 1984, p.87)

Assim, se faz importante conhecer e avaliar formas de controle e liberdade proposta sobre uma reflexão de nossas ilusões.

Porque, para Freitas (2007) a conceituação de cultura pelos seus elementos revela-se envolvente e rica em detalhes que muitas vezes nos passa despercebidos pelo cotidiano organizacional.

Robbins (2002, p.500), ressalta que “o valor compartilhado da cultura organizacional a torna um instrumento poderoso para orientar e modelar o comportamento”.

Modelar o comportamento é nada mais do que controlar socialmente a maneira de agir dos indivíduos da organização, que sem percebermos nos transformamos simplesmente em peças de um jogo empresarial. Desta forma fica a questão, será possuímos o controle de algo ou somos seduzidos e estimulados por nada mais que nossas próprias ilusões?

Obrigado aos que chegaram até o final deste texto. Deixe seu comentário! Aceito recomendações para continuar o debate em textos futuros.

Um abraço e até a próxima.

Fernando C. G. D. Guerra

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Mestre em Administração Profissional pela Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais (FEAD), Especialista em Gestão Estratégica da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), MBA em Gestão de Projetos e Graduado em Administração de Sistema de Informação pelo Centro Universitário UNA (UNA).


6 Comentários

Ronaldo Abdala
1

Cara, excelente texto até a parte em que você tenta falar sobre estrutura organizacional. Desculpe a minha ignorância, mas parece que o assunto foi cortado na metade, quando eu achei que você ia propor uma reflexão, você encerrou o texto agradecendo a quem tinha lido até aquele ponto.
Excelente texto, mas seguindo aquela regrinha de qualquer história, você fez o começo, o meio, e senti falta do final.
De qualquer forma, parabéns e eu já aproveitei a sua ideia para divulgá-la aqui na empresa.
Abraços!

Guerra Fernando C. G. D.
2

Ronaldo,
Buscando complementar o texto segue a finalização.
Grato pelo apoio.
—–
Assim, se faz importante conhecer e avaliar formas de controle e liberdade proposta sobre uma reflexão de nossas ilusões.
Porque, para Freitas (2007) a conceituação de cultura pelos seus elementos revela-se envolvente e rica em detalhes que muitas vezes nos passa despercebidos pelo cotidiano organizacional.
É Robbins (2002, p.500), ressalta que “o valor compartilhado da cultura organizacional a torna um instrumento poderoso para orientar e modelar o comportamento”.
Modelar o comportamento e nada mais do que controlar socialmente a maneira de agir dos indivíduos da organização, que sem percebermos nos transformamos simplesmente em peças de um jogo empresarial. Desta forma fica a questão, será possuímos o controle de algo ou somos seduzidos e estimulados por nada mais que nossas próprias ilusões?

Gabriel
4

O seu artigo é bem legal, show de bola. Porém citar o Wikipédia é motivo para eu não considerar-lo.

Guerra Fernando C. G. D.
5

Gabriel, sua colocação sobre o Wikipédia foi muito importante para lembrar que em um trabalho acadêmico ela não deve ser utilizada como citação, pois seu conteúdo pode ser alterado a qualquer momento por qualquer pessoa, além de razões de cunho científico. Em um trabalho de pesquisa a Wikipédia pode ser utilizada como um lugar para se iniciar a busca por um assunto, mas nunca para terminá-lo.
No caso deste texto a citação foi utilizada por dois motivos.
– Primeiro:
A citação se refere a uma regra básica do jogo que serve para relacionar as regras de conduta do jogo que se observarmos direito não são diferentes das internas das nossas empresas, já que seria uma forma de modelar o comportamento.
“Além do movimento básico das peças, as regras também governam o equipamento usado, o controle de tempo, a conduta e ética dos jogadores, acomodações para jogadores com necessidades especiais, o registro dos lances usando notação de xadrez, bem como procedimentos para lidar com irregularidades que porventura ocorram durante uma partida”.
– Segundo:
Na madrugada em que redigi o texto pensei em utilizar a referência por saber que ela sofre alterações constantes, pois havia escrito em um momento sobre mudanças.
“A única certeza existente é que as regras continuam mudando para deixar o jogo mais dinâmico. Regras estas, que mudam de lugar (empresa) para lugar (empresa), devido a várias jogadas (no ambiente interno: líderes com interesses pessoais ao invés de interesse coletivo; mudanças externas: mudanças impostas pelo governo ou rivais, etc)”.
Gabriel, obrigado pela sua contribuição.
Sua contribuição já me ajudou a refletir para o próximo.
Grato

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