Wearables: A tecnologia vestível está chegando. Qual o impacto para segurança de pessoas e empresas?

VESTIR A CAMISA DA SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO nunca foi uma realidade tão próxima.

Mal as organizações começaram a ter uma ideia de como lidar com equipamentos pessoais, o BYOD (Bring Your Own Device), já aponta no horizonte o próximo desafio: Os Wearables, que traduzindo para o bom português significa – literalmente – “Tecnologia Vestível”.

Imagem via Shutterstock

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A maioria dos techlovers já ouviu falar, pelo menos, nos óculos e relógios inteligentes. Os últimos rumores já falam até do iWatch da maçã, que vai firmar de vez o mercado. Se considerarmos um ciclo de adoção parecido ao de smartphones e tablets, é fácil entender as últimas expectativas de venda: Aproximadamente 171 milhões de dispositivos devem estar nas mãos dos consumidores por volta de 2016.

Mas os wearables não se resumem aos Google Glass, Pebble e Galaxy Gear. As novas tecnologias vestíveis estarão presentes em uma ampla gama de produtos, incluindo desde Tatuagens, Lentes de Contato, Calças, Camisas, Tênis, Soutiens até Coleiras (para animais, claro!).

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“Sim, temos dispositivos vestíveis para todos os gostos!”

Assim como o telefone celular e a internet móvel mudaram nosso comportamento, imagine o possível impacto dos novos vestíveis em áreas como fitness, medicina, ambiente corporativo ou mesmo militar. Enquanto esses dispositivos oferecem inúmeras possibilidades para o aumento de conforto, produtividade e até mesmo acompanhamento médico em tempo real, por outro lado surge um novo leque de ameaças a privacidade e segurança para pessoas e organizações.

Essa preocupação já é uma realidade, como no caso do vice presidente americano Dick Cheney, que teve a funcionalidade wireless do desfibrilador instalado no seu coração desativada. Motivo? Medo de um possível ataque de ciberterroristas. Novamente, esse problema não afeta exclusivamente estadistas ou pessoas famosas.

Se já temos casos de criminosos planejando sequestro com uso de informação de redes sociais, é fácil imaginar que quando estivermos conectados a internet da cabeça aos pés a situação será mais complicada. Com a falta de conscientização/experiência de boa parte dos consumidores, os wearables podem se tornar mais uma ferramenta de superexposição online, abrindo portas para rastreamento ou até, quem sabe, controle de comportamento emocional (Sim, estou falando de você Facebook).

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“Ok! Coloquei o Avast Free no coração e as definições de vírus já foram atualizadas!”

Se a cada vez que conectamos uma nova classe de dispositivos à internet, fatalmente descobrimos como eles podem ser atacados e explorados, com os wearables não será diferente. Enquanto consumidores se preocupam em não ser monitorados, empresas devem estar atentas a novas oportunidades de vazamento de informação ou constrangimento no ambiente de trabalho. Quando conversei com alguns colegas, a postura foi igual com todos: “Vamos proibir”. Mas não acredito que vá ser assim tão fácil.

Além de não sermos a área mais querida e comunicativa com os usuários, na Gestão de Segurança da Informação temos impressão de que ditamos unilateralmente as regras, e a ilusão que essas serão impreterivelmente seguidas. Quer um exemplo de como isso nem sempre funciona? Imagine o seguinte cenário: Será que conseguiríamos – mesmo com o apoio da alta direção – banir completamente o uso de celular pessoal dentro da empresa? Acredito que – exceto em ambientes ou segmentos bem específicos – isso não seja viável. Em mais alguns anos, essa talvez seja a mesma visão com os wearables.

Para termos uma ideia da visão das pessoas, podemos usar o North American Technographics® Consumer Technology Survey 2013, pesquisa realizada pela Forrester com um grupo de mais de 4600 adultos americanos. Um dos pontos era a pergunta: Como você estaria interessado vestir/usar um dispositivo inteligente, supondo que seja de uma marca que você confia, oferecendo um serviço que é do seu interesse? Veja os resultados na imagem abaixo.

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“Novo Homem Vitruviano: Como a tecnologia vai afetar nosso comportamento? – imagem: Forrester”

A verdade é que organizações devem estar atentas e se antecipar a mudanças significativas no comportamento de seus empregados e até da sociedade. Uma boa Gestão de Segurança não pode ignorar novas tendências tecnológicas. A chave do sucesso é estar preparado, com processos e tecnologias maduras o suficiente para garantir flexibilidade, inovação e um ambiente seguro.

Cláudio Dodt - claudiododt.com

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Evangelista em Segurança da Informação e Cloud, consultor, instrutor e palestrante, atua na área de tecnologia há mais de 15 anos, exercendo atividades como Analista de Suporte, Analista de Segurança Sr., Security Officer e Supervisor de Infraestrutura e Segurança.

Desenvolveu atividades em empresas brasileiras e multinacionais, tendo participando no Brasil e no exterior em projetos de segurança de diversos segmentos como Educacional, Financeiro, Telecomunicações, Saúde, Agroindústria, Indústria Alimentícia, Naval, Metal-Mecânica e Têxtil.

ITIL® Expert;
Certified Information Systems Security Professional (CISSP®);
Certified Information Security Manager (CISM);
Certified Information Systems Auditor (CISA);
Certified in Risk and Information Systems Control (CRISC);
ISO 27001 Lead Auditor;
ISO/IEC 20000 Foundation;
Information Security Foundation (ISFS) based on ISO/IEC 27002;
Information Security Management Advanced based on ISO/IEC 27002;
CobiT 4 Foundation;
CobiT 5 Foundation;
EXIN Cloud Computing Foundation;
EXIN Certified Integrator Secure Cloud Services;
EXIN Accredited Trainer – (ITIL Foundation; ISO 20000 Foundation, ISFS, ISMAS, Cloud Foundation).

Geek convicto, mergulhador autônomo, amante incondicional da leitura, cinema e dos videogames.


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