Downgrade Profissional: você precisa considerar

Estamos atravessando um momento adverso em vários setores econômicos aqui no Brasil, e o mercado de trabalho demonstra isso através de números preocupantes, onde já superamos a casa dos 12 milhões de desempregados e a expectativa a médio e longo prazo não é otimista em relação a retração desses números.

Com a redução do número de vagas e a maior oferta de profissionais disponíveis no mercado, algumas empresas utilizam abundantemente o critério Contenção de custos X Exigência profissional, leia-se: remuneração relativamente baixa versus requisitos solicitados cada vez maiores. Isso não significa que essas empresas são perversas ou desalmadas, apenas estão se ajustando a nossa nova realidade do mercado de trabalho. 

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Assim sendo, em algum momento talvez seja necessário reavaliar sua carreira e se reposicionar em relação às oportunidades do mercado, dando um passo atrás, conhecido no mundo corporativo como downgrade profissional.

Alguns líderes enxergam seus cargos com magnificência demasiada e relutam em qualquer negociação nesse sentido, vêem o downgrade profissional como algo que beira a ofensa, pois grande parte das organizações aqui em solo tupiniquim, cultuam cargos de liderança como símbolos de status e poder. Ora, você gestor em algum momento já esteve nas linhas de frente, seja como técnico, analista ou consultor não é mesmo?

O downgrade profissional não pode ser visto apenas como uma opção para quem perde um posto de trabalho, alguns profissionais realizam esse movimento profissional visando uma melhor qualidade de vida, com expediente de trabalho habitual e demandas bem definidas, sem excessos que ocorrem advindos de um cargo de liderança.

Entretanto, antes de qualquer decisão é importante refletir sobre três pontos que considero relevantes:

  1. A função que irei exercer está aderente com meu objetivo profissional a longo prazo?

  2. A empresa possui plano de crescimento profissional, conseguirei evoluir nessa função?

  3. Quais minhas deficiências e como posso me preparar melhor para futuras oportunidades?

Creio que esse caminho pode parecer incerto e, em alguns momentos, o profissional pode ter a percepção de retração, de algo que já havia deixado de ser há anos, seja em relação a função ou cargo. Todavia, tenha em mente onde você quer chegar, dê um significado para essa mudança e avalie com serenidade as oportunidades que venham a surgir. Deixe de lado a vaidade, você pode se surpreender com  os resultados.

Se você está passando ou pensando em um downgrade profissional ou ainda não concorda com o exposto, por favor, deixe seu comentário abaixo.

Abraço e até o próximo artigo!

Carlos Henrique

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Profissional com mais de 17 anos de experiência em tecnologia. Gestor de Projetos, professor e evangelista de metodologias e boas práticas.
ITIL EXPERT | PRINCE2 | PSM | PSPO | PMO-CP entre outras.


4 Comentários

Clayton Souza
1

Prezado Carlos, possuo um currículo um pouco alinhado com o seu. Estou na área de suporte há aproximadamente 6 anos, com vínculos em rede e infraestrutura. Estou perdido sobre qual linha seguir. Tenho interesse em lecionar, manter me na área de suporte ou algo que envolva auditoria. Não possuo aptidões para desenvolvimento e programação. Poderia me orientar? Simplesmente não se que linha seguir ou se há futuro em manter na área de suporte técnico, mesmo que como coordenador de suporte help desk.

Carlos
2

Olá Clayton, tudo bem?
Então, assim como você tenho raízes na área de suporte, e não me identifico muito com a área de desenvolvimento. Contudo, a área de suporte em um contexto geral é a menos valorizada no âmbito das organizações, logo vejo duas vertentes interessantes, a primeira delas é direcionado a área de segurança: (ISO 27.002 / CEH / CompTIA Security+) onde através da especialização você pode atuar como auditor de segurança ou professor ministrando matérias relacionadas a SI. A outra vertente que você pode considerar é relacionada a gestão, devido ao seu cargo: (ITIL V3, ITIL OSA, MOF, Cobit). Acredito que á área de suporte seja a porta de entrada para outras áreas dentro da TI, não uma área fim de si mesmo.
Forte Abraço.
Carlos H Tres

Cleiton Teixeira
3

Olá Carlos, tudo bem? Estava navegando pelo site e li seu artigo. Sou pós graduado em Gestão da TI, mais de 10 anos de experiência em suporte e infraestrutura, assim como você, também trabalhei em grandes empresas, na última, fiquei por 9 anos onde comecei como Analista Jr e sai como Gestor de TI.
Mas, voltando ao artigo, alguns vêem como fim de carreira ter que fazer um downgrade, já vejo como um reinicio, onde pode-se tirar proveito de toda a sua experiência e poder crescer rapidamente dentro da empresa, claro, desde que a mesma tenha um plano de carreira, afinal de contas, não queremos exercer a mesma função eternamente. Nossas ideias de experiências, de sucesso, passadas podem contribuir para melhorias dentro da empresa, seja processual ou não.
Resumindo, concordo com o que você coloquei, há momentos da vida que precisamos repensar nosso passos e voltar ao início para começar um novo caminho. Há uma frase muito interessante de George Bernard Shaw “É impossível progredir sem mudança, e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar nada”.
Meu linkedin: https://www.linkedin.com/in/cleiton-teixeira/
Grande abraço.

Carlos
4

Obrigado por acompanhar o site Cleiton.
Tenho a mesmo perspectiva em relação ao downgrade, e acredito que em alguns momentos ela pode ser bastante benéfica para carreira. Principalmente para aqueles que buscam novos desafios ou para aqueles que desejam ter mais qualidade de vida aqui no Brasil ou fora dele.
Forte Abraço.
Carlos H Tres

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