Certezas incertas na Gestão de Projetos

Sempre tive um perfil conciliador e agregador. Desde a infância, durante as partidas de futebol, na rua, com os amigos, levando para a vida adulta, pessoalmente e profissionalmente. Isso sempre me ajudou no relacionamento interpessoal. Como analista, tive os primeiros desafios e embates com pessoas na qual não havia vínculo emocional. Com base nesta percepção, foquei meus estudos na empatia (vou deixar algumas dicas de livros que usei no final deste artigo).

Junto com a empatia, estudei muito sobre projetos de TI e projetos em geral. E ter certeza de que discordâncias e discussões fazem parte de todo projeto, me fizeram sempre manter a serenidade nestes momentos.

Briga-e-discussao-de-casal

Se você tem a certeza que em algum momento haverá discussões entre as áreas usuárias, entre a TI do cliente e o usuário, entre seu comercial e sua área de TI, entre outros, você consegue se preparar. E como se preparar?

Além das técnicas abordadas em metodologias conhecidas no mercado, entendo que o mais importante aqui, trabalhando em projetos modelo cascata, seja algo muito próximo de um artigo de Soft-Skills para Analista de Negócios que escrevi em 2010, para outro site. 

  • Ser bom ouvinte: Isso vale para a vida pessoal e profissional. Durante minha preparação para a prova de ASM (Agile Scrum Master) é falado sobre os níveis de comunicação (Interna, Focada e Global). É extremamente importante manter o foco na comunicação Global, onde você mantém o foco total e interage com pequenos sinais ao emissor.
  • Ser bom questionador: A todo instante chegam diversos tipos de demandas da área usuária, da área de TI, da sua equipe e de outros diversos lugares. Se você sair fazendo TUDO, sem questionar, com certeza as 8 horas diárias serão insuficientes do começo ao fim do projeto. Por isso é sempre importante entender a necessidade e se há outras formas de fazer tal solicitação, caso ela seja extremamente necessária. Lembrando, estou falando de uma rotina de projetos cascata.
  • Ser bom observador: É estar atento a todo instante. Novas oportunidades de negócio podem surgir disto. Algum escopo que é esperado pelo cliente e não consta no escopo acordado (Ahh que saudade de trabalhar em projetos ágeis). Com base na observação você também percebe problemas de relacionamentos entre pessoas e etc. Tudo isso lhe ajuda na estratégia da gestão do projeto. Lembra dos níveis de conflitos? Não? Farei um post sobre isso.
  • Escrever bem: Comunicação é extremamente necessária em todos os tipos de projetos. Escrever faz parte da comunicação. Normalmente tento evitar ao máximo só resolver as coisas por e-mail. Uso e-mail para formalizar acordos ou para situações onde não tenho tanta pressa para solucionar. Porém, sempre que necessário redigir um e-mail, um documento, é muito importante que você consiga passar a mensagem correta.
  • Ser organizado: Imagine você com diversos assuntos de vários projetos em paralelo. Sem organização, o mínimo que você conseguirá é resolver um problema e criar outros vários. POR FAVOR, organize seus e-mails e sua agenda. Use o Trello, uma planilha Excel ou tinta guache na parede. Mas seja o mais organizado possível. Mesmo para quem gosta de trabalhar no caos, o mínimo de organização é necessário.
  • Ser criativo: Uma das coisas mais assustadoras que eu via/ouvia de outros gestores, formados na época do comando e controle, era de que não havia espaço para sermos criativos em projetos modelo cascata. Quando eu estava como coordenador, auxiliando um desses gerentes, para tornar o ambiente mais agradável para o time preparei uma série de atividades dentro do projeto (simplesmente apliquei práticas do Scrum – hahahahaha) e com isso o rendimento aumentou e em cada reunião ficava visível que a equipe e o coordenador estavam em uma sintonia diferente do gerente. Com isso, tive minha primeira oportunidade como gestor. Coisas simples, como a cada build quebrado, um chocolate deve ser colocado dentro de uma caixa. A cada fase de projeto bem feita e com aprovação do cliente, sair pra fazer um happy-hour com sua equipe e a equipe do cliente, entre outros.

É engraçado o fato de eu escrever algumas coisas aqui, quando falamos de gestão “à moda antiga”, comparado com a forma de liderar hoje. É muito mais agradável e com ótimos resultados a máxima de que devemos liderar pessoas e gerir situações e recursos.

Além destes pontos que coloquei acima, é muito importante você ser parceiro de seu cliente. Coloque-se na posição dele. Com certeza seu dia-a-dia será muito mais agradável e menos estressante. Desafios são constantes. Você pode gostar ou não. Suas opções são torná-los mais agradáveis ou desagradáveis. A forma de lidar com cada um só depende de você. 

Antecipe-se sempre que possível. E como fazer isso?

Treino, treino e treino.

Thiago Fernandes

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Profissional com mais de 17 anos de experiência em projetos de software. Scrum Master ou Agile Project Manager responsável por projetos para diversos segmentos da indústria, das mais variadas linguagens e metodologias. Mantém o mindset ágil mesmo em projetos cascata. Gosta de escrever sobre agilidade, comportamento e tecnologia.


3 Comentários

NICHOLAS DE ASSIS ROHWEDDER
1

Muito bom o artigo!
Só senti falta das dicas de livros sobre empatia…hehe, pode passar pra gente aqui nos comentários?

Thiago Fernandes
2

Olá Nicholas.
Muito obrigado. Vou atualizar o texto mais tarde. Lembro de 2 por agora. Mais tarde passo o nome exato do terceiro.
– The Power of Empathy: A Practical Guide to Creating Intimacy.
– Desvendando os segredos da Linguagem corporal.
Obrigado.

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